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Vídeo mostra atirador a preparar-se para disparar contra Trump

Diogo Barreto 15 de julho de 2024 às 19:57

As novas imagens colocam ainda mais pressão sobre os serviços secretos. Tiveram "muito tempo e oportunidade para eliminar a ameaça", acusam testemunhas.

A tentativa de assassinato contra Donald Trumpocorreu devido a uma falha dos serviços secretos dos Estados Unidos, assumiu o responsável por esta agência, esta segunda-feira. O FBI ficou encarregue de investigar o caso, incluindo a atuação dos serviços secretos, mas vai também ser lançada uma investigação interna. Novo vídeo mostra atirar a instalar-se do ponto alto com a sua espingarda minutos antes de disparar. Apoiantes de Trump afirmam ter avisado autoridades que os ignoraram.

D.R.

As perguntas acumulam-se desde sábado. Como foi possível um atirador conseguir subir até um ponto elevado, carregando uma espingarda e disparar quatro tiros contra o pódio no qual discursava o candidato presidencial e ex-presidente? Estas questões tornaram-se ainda mais prementes depois de surgir um vídeo nas redes sociais em que se vê o atirador -identificado como Thomas Crooks- a subir ao telhado e a instalar-se com a sua espingarda. "[Tiveram] muito tempo e oportunidade para eliminar a ameaça", escreveu o utilizador na legenda do vídeo. Uma análise feita pelo jornal norte-americanoThe New York Timesconcluiu que as imagens foram gravadas dois minutos antes dos disparos.


O relato de uma testemunha à BBC revela que as forças de segurança no local foram alertadas cinco minutos depois de Trump começar a falar, e dez minutos antes de soarem os tiros. Greg Smith contou ao canal britânico ter visto um homem no telhado de um edifício a 140 metros do palco ao ar livre onde Trump discursava. A testemunha viu Thomas Matthew Crooks a subir para o telhado e avisou as autoridades. "Reparámos no homem a arrastar-se no telhado do edifício atrás de nós, e dissemos 'Olhem, há um homem no telhado com uma arma'... e a polícia não sabia o que se passava", contou. "Estou a pensar para mim mesmo, 'Por que razão está Trump ainda a falar, por que razão não o tiraram do palco'... De repente, ouvem-se cinco tiros."

O secretário da segurança interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, reconheceu esta segunda-feira que o atentado contra Donald Trump foi uma "falha" de segurança que "não pode acontecer". "Vamos analisar, depois de uma investigação independente, como é que aconteceu e porque é que aconteceu. E vamos tirar conclusões e fazer recomendações para assegurar que não volta a acontecer", acrescentou. 

A diretora dos serviços secretos, Kimberly Cheatle, vai ser ouvida pela Casa dos Representantes a 22 de julho para responder sobre esta falha na segurança de um ex-presidente.

Donald Trump discursava há cerca de dez minutos quando soaram os primeiros tiros no comício do candidato à presidência dos EUA. O ex-presidente dos EUA ficou ferido na orelha, um membro do público morreu e duas outras pessoas ficaram gravemente feridas.


Recentemente, os Serviços Secretos tinham anunciado o aumento dos "recursos e capacidades protetoras" na equipa de segurança de Trump. Rejeitaram ainda acusações em como tinham sido negados pedidos da equipa de Trump para mais segurança. "A afirmação de que um membro da equipa de segurança do ex-presidente pediu mais recursos que foram negados pelos Serviços Secretos ou pelo Departamento de Segurança Interna é absolutamente falsa", divulgou Anthony Guglielmi, porta-voz dos Serviços Secretos.

Há mais de 40 anos que os serviços secretos norte-americanos não falhavam de forma tão clamorosa na proteção de um presidente (ou ex-presidente). A última vez foi em 1981, quando o presidente Ronald Reagan foi alvejado num pulmão por um atirador obcecado com a atriz Jodie Foster, tendo sobrevivido. Os serviços de segurança frustraram entretanto atentados contra Clinton, Bush, Obama, Trump e Biden.

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