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Trump diz que vai retirar Sudão da lista de países apoiantes do terrorismo. O preço? €285 milhões

19 de outubro de 2020 às 21:50

O Sudão atravessa uma difícil transição para um regime democrático depois de um levantamento popular no ano passado ter levado os militares a derrubar o líder autocrático, Omar al-Bashir, em abril de 2019.

O Sudão vai ser retirado da lista de países apoiantes do terrorismo, anunciou hoje o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, numa medida que permitirá ao país africano voltar a ter acesso a empréstimos internacionais.

A decisão dependia de o Sudão cumprir o acordo de pager 335 milhões de dólares [285 milhões de euros] às vítimas de terrorismo norte-americanas e às suas famílias, permitindo ao país obter ajuda financeira essencial para reanimar a sua depauperada economia e salvar a transição para a democracia.

"Boas notícias! O novo governo do Sudão, que está a fazer grandes progressos, aceitou pagar 335 milhões às vítimas americanas de terrorismo e às suas famílias. Assim que for depositado, retirarei o Sudão da lista de Estados apoiantes do terrorismo. Por fim, justiça para o povo americano e um grande passo para o Sudão", escreveu Donald Trump na rede social Twitter.

O anúncio acontece após a visita ao Bahrein do secretário do Tesouro norte-americano, Stephen Mnuchin, para cimentar o reconhecimento de Israel pelo país do Golfo e num momento em que a administração de Trump procura aumentar o reconhecimento árabe ao Estado hebreu.

Retirar o Sudão da ‘lista negra’ de países apoiantes de terrorismo é um incentivo chave para o governo sudanês normalizar as relações com Israel, de acordo com a informação publicada pela agência Associated Press.

O esperado estabelecimento de ligações diplomáticas com Israel por parte do governo de transição do Sudão é mais uma vitória diplomática do presidente norte-americano antes das eleições de novembro.

Por outro lado, a vinculação da decisão de retirar o Sudão da ‘lista negra’ por parte de autoridades dos Estados Unidos tem causado divisões dentro do governo militar-civil sudanês.

Mas a retirada da lista está, também, dependente de o Sudão pagar as compensações pelas vítimas dos bombardeamentos às embaixadas no Quénia e na Tanzânia, em 1998, conduzidos pela Al-Qaeda de Osama bin Laden quando o líder da organização terrorista vivia naquele país.

O Sudão atravessa uma difícil transição para um regime democrático depois de um levantamento popular no ano passado ter levado os militares a derrubar o líder autocrático, Omar al-Bashir, em abril de 2019.

O país é conduzido por um governo militar-civil que se deverá manter em funções até às eleições previstas para o final de 2022.

As negociações para retirar o Sudão da lista de países apoiantes do terrorismo decorrem há mais de um ano, mas os esforços norte-americanos para restabelecer relações com o país datam do final da administração do presidente Barack Obama, que iniciou o processo em janeiro de 2017.

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