Tailândia e Camboja trocam acusações enquanto confrontos mortais na fronteia entram no terceiro dia
Os confrontos na zona fronteiriça duram há três dias e já levaram à morte de pelo menos 33 pessoas, deixando outras 168 mil desabrigadas.
A Tailândia e o Camboja trocaram acusações no sábado relativamente aos mais recentes ataques na fronteira entre os dois países. Os confrontos, que duram há três dias, já levaram à morte de pelo menos 33 pessoas e outras 168 mil ficaram desabrigadas.
Disparos de artilhara foram relatados perto de várias vilas fronteiriças num movimento que está a ser considerado como um alargamento da zona de confronto, que se intensificou na quinta-feira depois da explosão de uma mina terrestre que feriu cinco soldados tailandeses. Ambos os governos afirmam estar a agir em retaliação, numa altura em que a pressão internacional para que seja alcançado um cessar-fogo aumenta.
Na manhã deste sábado o Ministério da Defesa do Camboja condenou o que considerou como uma ofensiva tailandesa expandida e avançou que cinco projéteis de artilharia pesada foram disparados contra vários locais na província de Pursat naquilo que é um "ato de agressão não provado e premeditado".
A porta-voz Maly Socheata afirmou que as tensões aumentaram na província de Koh Kong, onde quatro navios de guerra estão estacionados e garante que outros quatro estão a caminho, podendo gerar uma escalada ainda maior. Maly Socheata disse que sete civis foram mortos nos últimos dois dias enquanto o exército tailandês negou atacar civis e acusou o exército cambojano de utilizar "escudos humanos" ao posicionar as suas tropas perto de áreas residenciais.
Também este sábado a Marinha tailandesa emitiu um comunicado de onde acusou as forças do Camboja a de iniciarem um ataque na província de Trat, referindo que as forças tailandesas responderam rapidamente e "repeliram com sucesso a incursão". "A agressão não será tolerada", garante.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) tem estado a trabalhar para apaziguar a situação entre os dois membros e na sexta-feira realizou uma reunião de emergência. Os membros do Conselho de Segurança da ONU também já pediram a redução das tensões e que a ASEAN seja capaz de mediar uma solução pacífica, ainda assim o Conselho de Segurança não emitiu nenhuma resolução sobre esta crise.
Uma fronteira de 800 quilómetro é disputada há décadas pela Tailândia e o Camboja, no entanto os últimos confrontos tinham sido mais curtos e menos intensos. As tensões na região aumentaram depois de, em maio, um soldado do Camboja ter sido morto num confronto que abalou a política externa e interna da Tailândia.
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