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Rússia terá enviado para a Coreia do Norte mais de 1 milhão de barris de petróleo, contra sanções da ONU

Ana Bela Ferreira 22 de novembro de 2024 às 08:10

Imagens de satélite e relatórios dos navios de fiscalização mostram mais de 40 viagens de petroleiros norte-coreanos à Rússia, desde março. Tamanho das exportações ultrapassa o limite de 500 mil barris por ano imposto pelas sanções das Nações Unidas.

A Rússia terá enviado para a Coreia do Norte mais de um milhão de barris de petróleo, nos últimos oito meses, violando assim as sanções impostas pelas Nações Unidas. As alegações feitas pela organizaçãoOpen Source Centree pelaBBCbaseiam-se em imagens de satélite.

REUTERS/Tatiana Meel/File Photo

Desde março, que os petroleiros norte-coreanos fizeram mais de 40 viagens ao porto russo de Vostochny. "Dezenas de imagens de satélite de alta resolução, dados do Sistema de Identificação Automática (AIS, em inglês) e imagens divulgadas pelas patrulhas marítimas com a missão de monitorizar as sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte mostram que os petroleiros norte-coreanos se abasteceram repetidamente no porto russo de Vostochny", aponta o relatório. A organização britânica Open Source Centre indica ainda que o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo não respondeu ao pedido para comentar o caso.

As sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas foram impostas como retaliação pelo desenvolvimento de armas nucleares e mísseis por parte de Pyongyang. Porém, estas imagens mostram que o regime de Kim Jong un, um aliado de Putin na guerra na Ucrânia, continua a violar as sanções a importar petróleo. 

As sanções impostas limitam as importações da Coreia do Norte a 500 mil barris por ano.

Moscovo e Pyongyang têm estreitado ainda mais os laços que os unem a nível diplomático e económico. Em junho, Vladimir Putin visitou mesmo o país e assinou aí um pacto de defesa mútua. A nível militar, a Coreia do Norte enviou tropas para o território russo, cerca de 10 mil militares prontos a entrar em combate na Ucrânia, o que causou alarme entre as forças ocidentais. 

O embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, defendeu, no mês passado que as interações militares da Rússia com a Coreia do Norte não violam a lei internacional. Do lado norte-coreano não há o reconhecimento do envio de soldados para a Rússia, mas apenas a indicação de que tal gesto estaria de acordo com a lei internacional.

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