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Rússia afirma que EUA têm a "chave" para terminar a guerra

Débora Calheiros Lourenço 27 de janeiro de 2023 às 11:51

Desde o início da guerra que Moscovo tem acusado as autoridades norte-americanas de dar ordens à Ucrânia e de ter interesse em prolongar o conflito. Rússia pressiona no norte e este da Ucrânia.

O Kremlin afirmou, esta sexta-feira, que a chave para terminar a guerra se encontra nas mãos de Joe Biden, uma vez que são os Estados Unidos que estão a dirigir a Ucrânia no conflito.

REUTERS/Valentyn Ogirenko

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, estava numa conferência de imprensa com os jornalistas quando afirmou que "a chave para o regime de Kiev está em grande parte nas mãos de Washington", considerando ainda que neste momento os Estados Unidos não querem utilizar essa chave para terminar com a guerra, uma vez que Washington "escolhe o caminho de continuar a enviar armas para a Ucrânia".

Desde o início da guerra que Moscovo tem acusado as autoridades norte-americanas de dar ordens à Ucrânia e de ter interesse em prolongar o conflito. Para a Rússia, é também por esse motivo que os Estados Unidos mantêm o envio de armas.

Já as autoridades norte-americanas defendem-se afirmando que foi a Rússia que começou a guerra através da invasão do território ucraniano, pelo que pode escolher terminá-la através da retirada das suas tropas. 

Os Estados Unidos dizem que a Rússia desencadeou uma guerra brutal por escolha e que a pode encerrar ao retirar os soldados. Esta semana, os Estados Unidos concordaram em enviar 31 tanques M1 Abrams para a frente de batalha. O conjunto destes tanques perfaz um valor total de 400 milhões de dólares.

A Rússia considera o envio destes tanques como um desperdício de dinheiro, uma vez que pretende "queimá-los" como a todos os outros tanques na Ucrânia.

Batalhas continuam no norte e este da Ucrânia 
Estas zonas têm sido palco das batalhas mais duras, com tentativas da Rússia para furar as defesas ucranianas. Esta é uma das razões apresentadas pela Ucrânia para pedir mais armamento ao Ocidente. Porém, no dia seguinte ao anúncio por parte de vários países de que iriam dar tanques a Kiev, onze pessoas morreram num ataque com mísseis e drones perpetrado pela Rússia. 

Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Polónia, Finlândia, Noruega e outros países deverão enviar tanques à Ucrânia. 

Ao longo dos últimos dois meses, não tem havido avanços nas linhas da frente, enquanto a Rússia tenta ganhar terreno a este e proteger um corredor terrestre no sul. 

Na primavera, espera-se que tanto a Rússia como a Ucrânia lancem uma ofensiva, apesar de os EUA terem aconselhado Kiev a não o fazer, pelo menos enquanto as últimas armas não estiverem prontas e tenha sido dada formação, o que dura meses. 

Oleskandr Musiyenko, diretor do Centro de Investigação Militar e Estratégica da Ucrânia, indicou que a Rússia está a enviar mais reforços - na maioria pessoas que passaram por problemas com a Justiça - para bloquear os avanços ucranianos. "Mas eles não têm o nível de apoio de artilharia e tanques que tinham a 24 de fevereiro", explicou. 

As forças russas estão a fazer alguns ataques perto de Orikhiv, no sudeste da Ucrânia, e em Vuhledar, a este. Contudo, é improvável que tenham alcançado "avanços substanciais". 

A recente captura de Soledar pelos russos tem sido usada para pressionar a cidade de Bakhmut, onde os ucranianos vivem com pesados ataques há meses. 

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