O que se sabe sobre o sismo que atingiu a Turquia e a Síria

O primeiro terramoto registou-se cerca das 04h17 (01h17 em Lisboa) e atingiu uma magnitude de 7.8 na escala de Richter, mas de manhã, uma réplica atingiu 7.5 e causou a queda deste edifício:

Os esforços de resgate estão a ser afetados pelas condições meteorológicas, depois de a região ter sido atingida por uma grande queda de neve. As réplicas podem durar dias ou semanas, segundo os especialistas, e só na Turquia já foram sentidas mais de 120. 

Este sismo foi sentido em locais tão distantes como a Gronelândia. O sismo teve epicentro em Kahramanmaras, na província de Gaziantep. Situa-se a 33 quilómetros de Gaziantep, cidade onde vivem mais de dois milhões de pessoas que incluem centenas de milhar de sírios que fugiram devido à guerra que começou em 2011. Encontra-se ainda a 50 quilómetros do noroeste da Síria, onde vivem várias pessoas internamente deslocadas pelo conflito. A cidade de Aleppo, também com dois milhões de habitantes, sentiu o sismo com grande intensidade. 

"De momento temos uma crise, a que acresce as más condições meteorológicas e edifícios colapsados e, infelizmente, hospitais danificados", afirmou à Al-Jazeera Mazen Kiwara, diretor da Sociedade Médica Sírio-Americana. "Temos informações iniciais dos nossos hospitais... Os hospitais estão sobrecarregados com o número de vítimas" e muitos tiveram que ser evacuados. 

Entre os desaparecidos, encontra-se um futebolista que jogou no FC Porto:Christian Atsu. 

A Turquia situa-se na placa tectónica da Anatólia, onde se encontram duas falhas sísmicas: as Falhas Setentrional e Oriental da Anatólia, o que torna o país uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo.

Nesta fotogaleria são visíveis os efeitos do sismo no país:

Em 1999, um sismo de 7.4 na escala de Richter (de menor intensidade que este) atingiu a região de Duzce no nordeste da Turquia e matou mais de 17 mil pessoas. 

Vários países já ofereceram ajuda, em forma de apoio nos esforços de resgate e salvamento, com equipamento, cães, aviões, bombeiros, refeições, geradores, dinheiro e construção de campos de abrigos de emergência. Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Iraque, Qatar, Kuwait, Paquistão, Vaticano, Alemanha, Itália, Índia, Polónia, Taiwan, Ucrânia, Rússia, Grécia, Israel e Noruega já deram o seu apoio. Portugal demonstrou abertura para ajudano âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

António Guterres, secretário-geral da ONU, adiantou que tem meios na Turquia e na Síria para avaliar as necessidades. "Contamos com a comunidade internacional para ajudar os milhares de famílias atingidos por este desastre, muitos que já se encontravam em áreas com necessidade de ajuda humanitária e onde o acesso é um desafio", frisou. 

A União Europeia vai dar uma "resposta de crise" após uma reunião a ter esta segunda-feira, em colaboração com a Comissão Europeia. 

Edifícios emblemáticos perdidos 
A mesquita de Yeni, que remonta ao século XIII, colapsou parcialmente na província de Maltaya. 

O castelo de Gaziantep também ruiu parcialmente. Começou como uma torre de vigia no período romano usada nos séculos II e III a.C. e expandiu-se ao longo do tempo.

A cúpula e parede este da mesquita de Sirvani, junto ao castelo e que terá sido construída no século XVII, também colapsou.

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