Mais de 70 mortos em ataques de Israel ao Líbano
Cerca de meio milhão de pessoas deslocou-se do sul do Líbano nos últimos três dias para fugir aos ataques israelitas. Tropas israelitas dizem ter como alvo bastiões do Hezbollah.
Pelo menos 72 pessoas morreram na sequência de ataques israelitas ao Líbano esta quarta-feira, avança a agência noticiosa Reuters, que compilou os dados do Ministério da Saúde do Líbano. Os ataques do exército israelita visaram cinco aldeias, incluindo duas em áreas montanhosas. É o terceiro ataque em grande escala desta semana.
Um ataque israelita na aldeia de Joun, na montanha Chouf, a sul de Beirute, matou quatro pessoas, informaram as autoridades libanesas, que referiram ainda um outro ataque em Maaysara, uma aldeia xiita na montanha predominantemente cristã a norte de Beirute, onde morreram mais três pessoas. Estas regiões são longe do que se considera serem os bastiões do movimento xiita libanês Hezbollah, o alegado alvo desta ofensiva. Os ataques em três localidades do sul do Líbano fizeram ainda oito mortos e dezenas de feridos.
O exército israelita informou hoje que estava a realizar ataques de "grande escala" no sul do Líbano e no Vale do Bekaa, leste, que são considerados bastiões do Hezbollah.
Os ataques ocorreram algumas horas depois de o exército israelita ter anunciado a interceção de um míssil disparado contra Telavive.
Desde que começou a ofensiva israelita em Gaza que o exército de Israel e o Hezbollah têm trocado tiros na fronteira israelo-libanesa, a norte de Israel. Mas nos últimos dias houve um aumento da intensidade dos ataques no Líbano, fazendo recear o alastrar do conflito no Médio Oriente. Um ataque na segunda-feira matou mais de 500 pessoas no Líbano, o número mais elevado de vítimas mortais desde a última guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006. Um novo ataque com rockets na terça-feira fez mais de 50 mortos. Os militares israelitas prometeram que vão fazer "tudo o que for necessário" para afastar o Hezbollah da fronteira do Líbano com Israel.
Desde a segunda-feira, os ataques israelitas levaram milhares de pessoas a fugirem do sul do Líbano, bloqueando a principal autoestrada para Beirute, no maior êxodo desde a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. Os cálculos apontam para quase 500 mil deslocados.
A guerra na Faixa de Gaza dura há quase um ano, poucos dias depois do ataque do Hamas em Israel a 7 de outubro de 2023. Os chefes da diplomacia do Egito, Iraque e Jordânia acusaram esta quarta-feira Israel de estar a "empurrar a região para uma guerra total" condenando a "agressão" israelita ao Líbano. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos três países alertam diretamente sobre um "perigoso" agravamento da situação militar na região. "Parar esta escalada começa por parar a agressão israelita em Gaza", refere-se na declaração conjunta dos três países emitida em Nova Iorque à margem dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Notícia atualizada às 22h40 com o número de mortos nos ataques israelitas revisto.
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