Netanyahu recusa aceitar exigências do Hamas para abandonar Gaza
Neste momento a principal divergência entre as duas partes é se esta será uma trégua permanente, como o Hamas pretende, ou não.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel não vai aceitar as exigências do Hamas para pôr fim à guerra em Gaza.
Estas declarações foram feitas numa altura em que foram retomadas as negociações para umas tréguas em Gaza em troca da libertação dos reféns feitos pelo Hamas.
Neste momento a principal divergência entre as duas partes é se esta será uma trégua permanente, como o Hamas pretende, ou não. Para Israel fazer destas tréguas algo definitivo é improvável uma vez que o acordo atual permite que o Hamas continue a governar Gaza e não cumpre um dos seus principais objetivos: destruir o grupo.
Pelas informações que foram tornadas públicas nos últimos dias, o acordo que está a ser discutido inclui uma pausa de 40 dias nos combates e a troca de todos os reféns feitos durante o ataque de 7 de outubro por prisioneiros palestinianos que se encontram detidos em prisões israelitas.
Ainda assim os representantes do Hamas têm afirmado que pretendem o fim dos combates. Esta semana Ismail Haniyeh, conselheiro do braço militar do grupo, partilhou que a proposta israelita está a ser analisada com "total seriedade", mas reforçou que qualquer acordo está dependente da retirada israelita de Gaza e do fim da guerra.
Já este domingo Netanyahu, que não está no Egito para as negociações, afirmou: "Não estamos prontos para aceitar uma situação em que os batalhões do Hamas saiam dos seus bunkers, assumam novamente o controlo de Gaza, reconstruam a sua infraestrutura militar e voltem a ameaçar os cidadãos de Israel em todas as partes do país. Israel não concordará com as exigências do Hamas".
Os meios de comunicação locais avançaram no sábado, citando um alto funcionário do governo sob anonimato, que "sob nenhuma circunstância concordaria em acabar com a guerra como parte de um acordo para libertar os nossos sequestrados".
Netanyahu tem enfrentado uma crescente pressão dentro do governo para prosseguir com a ofensiva em Rafah, onde se encontram 1,4 milhões de pessoas, enquanto o descontentamento popular também aumenta pela incapacidade de trazer os reféns de volta para Israel.
Na noite de sábado milhares de israelitas juntaram-se em Tel Aviv para acusar Netanyahu de querer prolongar o conflito em Gaza e minar o processo de tréguas enquanto gritavam: "A guerra não é santa, a vida é".
Dos 252 sequestrados pelo Hamas nos ataques dos 7 de outubro, 128 ainda estão desaparecidos e pelo menos 34 destes já foram dados como mortos.
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