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Netanyahu ordena "ações vigorosas" contra alvos em Gaza

Lusa 19 de outubro de 2025 às 14:09

Israel já tinha lançado, esta manhã, uma série de ataques aéreos contra a cidade de Rafah após acusar o Hamas de atacar uma escavadora militar israelita

O primeiro-ministro israelita ordenou este domingo “ações vigorosas contra alvos terroristas” em Gaza, nove dias depois da entrada em vigor do cessar-fogo, sem esclarecer se isto significa o fim do acordo com o Hamas.
Netanyahu reconhece preço pago por Israel e vinca foco em vencer a guerra Abir Sultan/Pool Photo via AP, Arquivo
“Após a violação do cessar-fogo por parte do [grupo islamita palestiniano] Hamas, o primeiro-ministro, [Benjamin] Netanyahu, realizou uma consulta com o ministro da Defesa e os chefes do setor de segurança e ordenou ações vigorosas contra alvos terroristas na Faixa de Gaza”, avançou o gabinete de Netanyahu, em comunicado. Israel já tinha lançado, esta manhã, uma série de ataques aéreos contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, após acusar o Hamas de atacar uma escavadora militar israelita que servia para destruir os túneis da organização islamita palestiniana. Na sequência do episódio, o ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Givr, instou Netanyahu a retomar a ofensiva contra a Faixa de Gaza “com todo o seu efetivo”. O braço armado do Hamas garantiu que está a implementar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e assegurou desconhecer quaisquer confrontos em Rafah, no sul do território palestiniano. O Hamas alegou que a destruição da escavadora aconteceu durante um fogo cruzado entre soldados israelitas e o braço armado do grupo palestiniano, que estaria numa operação para eliminar o líder da milícia rival, conhecida como Forças Populares, Yasser Abu Shabab. “Reafirmamos o nosso total compromisso com a implementação de tudo o que foi acordado, a começar por um cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, afirmou a Brigada Izz al-Din al-Qassam, em comunicado. “Não temos conhecimento de quaisquer incidentes ou confrontos ocorridos na área de Rafah, dado que estas são zonas vermelhas sob o controlo da ‘ocupação’ [Israel], e o contacto com o resto dos nossos grupos foi interrompido desde o restabelecimento da guerra, em março”, acrescentou. Esta declaração contradiz um comunicado divulgado esta manhã por uma unidade de segurança do Hamas, a Radea, um dos alvos de ataque israelita hoje. Segundo esta fonte, o grupo palestiniano estava a realizar uma operação em Rafah para eliminar o líder da milícia rival, conhecida como ‘Forças Populares’, Yasser Abu Shabab. No entanto, os soldados israelitas intervieram para apoiar Shabab, o que resultou num fogo cruzado e provocou a explosão de uma escavadora israelita. No seu comunicado, esta unidade da polícia do Hamas garantiu que o seu objetivo em Rafah não era atingir tropas israelitas. Os Estados Unidos avisaram no sábado que tinham “informações credíveis” sobre um “ataque iminente” do Hamas contra civis palestinianos, numa “violação clara” ao cessar-fogo. Esta manhã, o grupo islamita rejeitou a acusação e culpou Israel por ter armado e financiado outras milícias, que, disse, realizaram “assassínios, raptos, roubos de camiões de ajuda humanitária e furtos contra civis”. O cessar-fogo em Gaza – proposto pelos Estados Unidos e acordado entre Israel e o Hamas – foi iniciado a 10 de outubro, prevendo três fases: a libertação dos reféns, o desarmamento do Hamas e a reconstrução gradual do território, sob supervisão internacional.
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