Macron e Putin concordaram com a necessidade de preservar a paz
O presidente francês e o presidente russo concordaram com a necessidade de encontrar uma solução diplomática para a situação na fronteira ucraniana.
O presidente francês, Emmanuel Macron, telefonou este domingo aos presidentes da Ucrânia e da Rússia num "último esforço para evitar uma invasão russa da Ucrânia", de acordo com comunicado emitido pelo Palácio do Eliseu. O gabinete do presidente francês informou que os dois concordaram que era necessário encontrar uma solução pacífica para a situação na Ucrânia.
Macron começou por falar ao telefone com Vladimir Putin, o presidente russo, numa chamada que durou uma hora e 45 minutos. Depois ligou a Volodymyr Zelensky com quem falou durante meia hora.
Macron e Putin concordaram num encontro entre os seus ministros dos negócios estrangeiros para começarem a preparar uma reunião entre as mais altas esferas russas e ucranianas, de forma a devolver a estabilidade na Europa, informa o Palácio do Eliseu. "Devido à urgência da situação, os presidentes reconheceram a necessidade de intensificar a procura de soluções através da via diplomática, disse o Kremlin num comunicado citado pela agência Reuters, confirmando o encontro entre os responsáveis pela diplomacia externa de cada um dos países.
O comunicado do Kremlin continua afirmando: "Estes contactos devem ter como fim facilitar o restuarar do pacto de não agressão e assegurar o progresso da resolução do conflito em Donbas".
Após falar com Putin, Macron falou novamente com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que apelou a um cessar-fogo imediato na região de Donbass.
"Defendemos a intensificação do processo de paz. Apoiamos a convocação imediata do GCT [Grupo de Contacto Trilateral] e um cessar-fogo imediato", escreveu Zelensky na sua conta na rede social Twitter.
O líder ucraniano acrescentou ter informado o seu homólogo francês sobre a situação atual no leste da Ucrânia e os novos ataques das milícias separatistas.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, aumentaram nos últimos dias os confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciaram no sábado ter registado em 24 horas mais de 1.500 violações do cessar-fogo na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde este ano.
Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram no domingo a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.
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