Israel e Hamas "muito, muito perto" de acordo, dizem EUA
EUA pressionaram para que seja alcançado acordo até 20 de janeiro. Em Israel, somam-se as manifestações que exigem o regresso dos reféns.
O presidente dos EUA, Joe Biden, vai contactar o primeiro-ministro de Israel em breve, indicou o seu conselheiro de segurança nacional. Segundo Jake Sullivan, o Hamas e Israel estão "muito, muito perto" de chegar a um acordo para travar o conflito em Gaza e para libertar os 98 reféns que ainda se mantêm sob poder do grupo terrorista.
Sullivan adianta que o presidente dos EUA está a receber atualizações diárias acerca das conversações em Doha. "Estamos muito determinados em usar cada dia que ainda temos no poder para fazer isto", frisou, dizendo ter esperança de alcançar o acordo antes de Trump chegar ao poder. Contudo, diz que o Hamas se mantém "intransigente".
A delegação enviada por Israel para negociar no Qatar um possível acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas já chegou ao destino. Entre o grupo, encontra-se David Barnea, líder da polícia secreta Mossad, mas também Nitzan Alon, que lidera a unidade dos reféns nas Forças de Defesa de Israel e Ronen Bar, diretor da agência de inteligência israelita Shin Bet.
Segundo a Associated Press, a presença de David Barnea faz com que as pessoas que teriam que assinar o acordo estejam agora envolvidas diretamente.
A imprensa internacional detalha que uma das questões que divide as partes é a do corredor de Filadélfia, uma faixa de terreno entre a fronteira do Egito e a de Gaza. Israel quer que as suas tropas aqui se mantenham, ao passo que o Hamas insiste que se devem retirar. O desacordo sobre esta região fez com que caíssem as conversações de agosto de 2024.
Há ainda elementos que dividem a liderança do Hamas em Gaza e a liderança do grupo no estrangeiro.
Este sábado, dia 11, Benjamin Netanyahu recebeu Steve Witkoff, enviado escolhido pelo presidente-eleito Donald Trump. A imprensa aponta que os Estados Unidos estão a pressionar para que seja encontrado um acordo até 20 de janeiro: o presidente-eleito já avisou sobre o "inferno" que se instalará se os reféns não forem libertados até à sua tomada de posse.
O governo israelita acredita que 98 reféns ainda se mantêm em Gaza. A maioria foi capturada no dia 7 de Outubro de 2023, quando o Hamas lançou o seu ataque que matou mais de 1.200 pessoas e fez com que 250 fossem feitas reféns. Pensa-se que dezenas de reféns estejam mortos.
Do lado palestiniano, mais de 46 mil morreram e mais de 109 mil ficaram feridos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas.
Em Israel, têm ocorrido várias manifestações que pressionam o governo a um acordo com vista ao regresso dos reféns. Em 15 meses de guerra, só foi conseguido um breve cessar-fogo nas primeiras semanas do conflito e as conversações mediadas entre os EUA, Egito e Qatar não têm produzido resultados.
Em discussão está um cessar-fogo faseado, sobre o qual Netanyahu diz estar comprometido apenas com a primeira fase, uma libertação parcial de reféns em troca de uma semana de pausa nos ataques.
O Hamas quer a retirada completa das tropas israelitas do território, mas Netanyahu pressiona para destruir a capacidade de combate do grupo terrorista.
Israel mantém os ataques à Faixa de Gaza: no sábado, uma menina de cinco anos morreu em Deir al-Balah, bem como dois familiares. Outro ataque no norte de Gaza matou oito palestinianos, incluindo duas crianças e duas mulheres.
Notícia atualizada às 16h50, com a informação dada por Jake Sullivan.
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