Kishida em Kiev. Xi em Moscovo. Japão e China marcam posição na guerra
O presidente chinês visitou Moscovo. O primeiro-ministro japonês está em Kiev. As duas potências asiáticas estão no terreno a marcar a sua posição.
Duas das maiores potências asiáticas vão desempenhar papéis ativos esta semana na guerra que decorre na Europa. Pela China, Xi Jinping visitou Moscovo e falou com Vladimir Putin. Já o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está de visita a Kiev.
Durante a sua visita à capital ucraniana, o chefe do governo nipónico prometeu o seu apoio a Kiev na luta contra os invasores. Comprometeu-se ainda em enviar dinheiro para ajudar com a reconstrução do país no final das hostilidades e em enviar ajuda humanitária o mais rapidamente possível. É raro o primeiro-ministro do Japão abandonar o país de surpresa - a sua presença no país só foi revelada esta terça-feira, quando já estava na Ucrânia. E é também a primeira vez que um líder japonês visita um país em guerra desde a II Guerra Mundial.
Já Xi, o presidente chinês, está em Moscovo, onde se encontrou com o presidente russo e reforçou, publicamente, os laços de amizade e parceria entre as duas potências. Apesar de continuar a dizer que a China é neutra neste conflito, o secretário-geral do Partido Comunista Chinês disse que os interesses da Rússia vêm em primeiro lugar, já que são "vizinhos".
Analistas políticos citados pela BBC referem que esta dupla visita permite fazer uma leitura de como se equilibram as alianças euro-asiáticas. De um lado, a China apoia a Rússia, ao mesmo tempo que tenta manter a aparência de ser neutra. Já o Japão coloca-se ao lado do Ocidente, ao mesmo tempo que "rejeita absolutamente a invasão violenta levada a cabo pela Rússia", sublinha o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês.
Em Moscovo, Xi tentou reforçar os laços comerciais com o regime de Putin, tendo anunciado a criação de um órgão que vai incentivar a utilização da passagem do nordeste, que permitirá transportar mercadorias desde a China até à Rússia, passando pelo Oceano Ártico, em vez da deslocação entre o oceano Pacífico, Índico e Atlântico. Esta terça, Putin mostrou-se ainda recetivo à entrada de empresas chinesas na Rússia, esperando que ocupem o vazio deixado pelas empresas ocidentais que deixaram o país em resposta à guerra.
Com esta visita de Kishida, todos os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Reino Unido) já estiveram na Ucrânia desde que o conflito começou, a 24 de fevereiro do ano passado. A próxima reunião destes sete países acontece em maio, em Hiroshima, no Japão.
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