Israel interceptou áudio que diz provar a responsabilidade do Hamas no ataque a hospital
As forças israelitas garantem que não houve ataques diretos ao hospital e que não se registam danos estruturais nos edifícios circundantes, enquanto acusam as autoridades de Gaza de inflacionar o número de mortos.
As forças armadas israelitas dizem ter provas de que não foram os autores do ataque ao hospital na Faixa de Gaza que ocorreu na noite de terça-feira e que matou centenas de palestinianos. De acordo com um porta-voz, uma investigação terá confirmado "que não houve qualquer disparo das Forças de Defesa de Israel a partir da terra, mar ou ar que atingisse o hospital", referindo ainda que no momento da explosão, as tropas de Israel monitorizaram disparos feitos da parte traseira do hospital, onde se encontra um cemitério.
Uma chamada entre elementos do Hamas onde são referidos "rocketsfalhados" é também apresentada por Israel como prova da autoria do ataque. "As provas, que partilhamos com todos vós, confirmam que a explosão num hospital de Gaza foi causada pelo disparo de um foguete falhado da Jihad Islâmica", insistiu Daniel Hagari, porta-voz das forças armadas, numa conferência de imprensa.
Para comprovar estas acusações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel partilhou na rede social X uma comunicação intercetada entre dois membros do Hamas e na qual estarão a falar sobre a forma como o hospital foi atingido por um míssil falhado disparado dentro de Gaza.
"Terroristas do Hamas nas suas próprias vozes: Ouça a conversa entre agentes do Hamas enquanto discutem o lançamento fracassado do míssil da Jihad islâmica no Hospital Al-Ahli a 17 de outubro de 2023", indica a publicação. As forças israelitas garantem que não houve ataques diretos ao hospital Al-Ahli e que não se registam danos estruturais nos edifícios circundantes, ao mesmo tempo que acusam as autoridades de Gaza de inflacionar o número de mortos provocados pelo incidente. Ainda assim, creem que o número de mortes causadas pela explosão será o mais elevado de todos os incidentes que ocorreram em Gaza desde o início da ofensiva israelita.
Do outro lado, as autoridades palestinianas em Gaza continuam a culpar Israel pelo ataque ao hospital e o porta-voz do Ministério da Saúde pediu que seja julgado como um "crime de guerra": "Um novo crime de guerra foi cometido no bombardeamento do Hospital Al-Ahli Arabi, no centro da Cidade de Gaza, resultado na chegada de dezenas de mártires e feridos ao Complexo Médico Al-Shifa. Deve notar-se que o hospital abrigou centenas de pacientes, feridos e pessoas deslocadas das suas casas devido aos ataques aéreos".
Segundo os dados da inteligência israelita, 450rocketsdisparados pelo Hamas não atingiram os alvos e voltaram a aterrar dentro de Gaza nos últimos 11 dias.
Edições do Dia
Boas leituras!