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Homem que tentou matar Trump enquanto jogava golfe deixou um bilhete 

Débora Calheiros Lourenço 24 de setembro de 2024 às 14:14

"Caro mundo, esta foi a minha tentativa de assassinar Donald Trump, mas sinto muito por ter falhado. Cabe a vocês terminar o trabalho, vou oferecer 150 mil dólares a quem conseguir terminar o trabalho", escreveu Ryan Wesley Routh.

Ryan Wesley Routh, o homem quetentou matar Donald Trump num campo de golfe na Flóridaestava a planear o ataque há meses. A informação foi avançada na segunda-feira pelos procuradores que referiram que o suspeito tinha uma lista detalhada do paradeiro do candidato presidencial e uma carta para o caso de a tentativa de assassinato falhar.

REUTERS/Brian Snyder

"Caro mundo, esta foi a minha tentativa de assassinar Donald Trump, mas sinto muito por ter falhado. Dei o meu melhor com toda a coragem que consegui reunir. Cabe a vocês terminar o trabalho, vou oferecer 150 mil dólares a quem conseguir terminar o trabalho", escreveu Routh.

Foi com uma foto da mensagem que os procuradores pediram ao juiz que mantenha o homem detido enquanto o processo judicial ainda estiver a decorrer. Ryon McCabe, responsável pelo caso, concordou e decidiu que Ryan Wesley Routh deveria ser mantido preso por crimes federais com arma de fogo.

Uma testemunha encontrou o bilhete dentro de uma caixa que tinha sido fechada meses antes do incidente de 15 de setembro. Essa mesma caixa só foi aberta depois da tentativa de assassinato e entregue à polícia três dias depois. No seu interior havia também munições, ferramentas e um cano de metal. Os procuradores não identificaram a testemunha por considerarem que corria perigo de vida no caso de Routh ser libertado.

As autoridades encontraram ainda seis telemóveis, um dos quais continha pesquisas sobre viagens entre West Palm Beach e o México, fazendo acreditar que já estava também a preparar a sua fuga, e um caderno cheio de nomes e números de telefones de alusivos à Ucrânia, além de notas onde criticava os governos da China e da Rússia.

Foi também referido em tribunal que Routh detinha uma lista manuscrita das datas e lugares onde achava que Trump estaria presente, incluindo a viagem de Greensboro até à Flórida ocorrida cerca de um mês antes. Aliás, a investigação aponta que o homem não tinha raízes na Flórida e apenas se encontrava em West Palm Beach para "matar o ex-presidente dos Estados Unidos", referiu o procurador assistente Mark Dispoto.

A representante de Routh, Kristy Militello, defendeu em tribunal que os procuradores não foram capazes de demonstrar que o homem representa um perigo para a comunidade, no entanto o seu registo criminal já incluía vários crimes graves. O seu cadastro não deveria permitir que fosse possível comprar uma arma pelo que as autoridades estão a investigar como é que teve acesso a uma espingarda semiautomática com mira. O número de série foi riscado, dificultando o seu rastreamento rápido, no entanto as autoridades avançaram que já conseguiram identificar oito dos nove números.

Routh não chegou a disparar, mas as autoridades encontraram a arma carregada com onze cartuchos. Dispoto referiu que o acusado construiu um "ninho de atirador" pendurando duas mochilas com placas resistentes a balas na cerca onde estava escondido e posicionando a espingarda entre elas, numa tentativa de se proteger no caso de ser alvejado.

Segundo as autoridades, Routh esteve perto do campo do golfe durante quase 12 horas no dia 15 de setembro antes de ser localizado pelo agente dos Serviços Secretos que abriu fogo. O suspeito ainda conseguiu fugir num Nissan preto, mas foi capturado pouco tempo depois.

O incidente com Routh foi a segunda tentativa de homicídio de que o ex-presidente e atual candidato foi alvo desde o início da campanha presidencial. Em julho, Trump foi atingido por uma bala na orelha durante um comício do Partido Republicano em Butler, na Pensilvânia.

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