Hamas e Fatah próximo de um acordo para o governo de Gaza no pós-guerra
As duas facções palestinianas pretendem criar um comité constituído por cerca de 15 pessoas independentes para governar o enclave depois da guerra com Israel. Falta definir quem serão os elementos e não há data para uma apresentação oficial desta solução.
A Fatah e o Hamas estão próximo de fechar um acordo para apontar um comité politicamente independente de tecnocratas para administrar a Faixa de Gaza depois da guerra, indicaram à Associated Press (AP) responsáveis palestinianos. Esta solução terminaria com a governação do Hamas na região e pode ser um avanço para as negociações de cessar-fogo com Israel.
As duas fações já fizeram várias tentativas de aproximação desde que o Hamas tomou o poder em Gaza, em 2007, mas nenhuma foi bem sucedida. Porém, Israel não quer ver nem o Hamas, nem a Fatah (que domina a Autoridade Palestiniana, apoiada pelo Ocidente) a governar Gaza, no fim do conflito.
Apesar da recusa dos israelitas, as duas fações têm negociado há semanas na capital do Egito e chegaram a um acordo para a composição de um comité que tenha entre 12 e 15 membros, a maioria dos quais de Gaza. Este órgão irá reportar à Autoridade Palestiniana, que está sediada na Cisjordânia ocupada.
À AP, um responsável do Hamas admite que os dois grupos chegaram a um acordo geral, faltando ainda chegar a consenso sobre alguns detalhes e os nomes dos membros do comité. Não havendo ainda um prazo para que estes consensos sejam fechados.
Israel não comentou para já esta intenção palestiniana. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem defendido a continuação da guerra até que o Hamas - que atacou o território israelita a 7 de outubro de 2023 e desencadeou esta ofensiva em Gaza - seja desmantelado e as dezenas de reféns israelitas que se mantém em cativeiro regressem a casa. Defende ainda que Israel manterá um controlo de segurança ilimitado sobre Gaza e continuará a manter corredores dentro do território, sendo os assuntos civis no resto do território administrados por palestinianos locais não filiados na Autoridade Palestiniana ou no Hamas, mas nenhum palestiniano se ofereceu para estes cargos, ao mesmo tempo que foram ameaçados pelo Hamas.
Os EUA apelaram a uma revitalização da Autoridade Palestiniana que governasse tanto na Cisjordânia como em Gaza, antes da eventual criação de um estado. Já Israel, que se opõe à existência de um estado palestiniano, tem estado a negociar um plano pós-guerra com os Emirados Árabes Unidos.
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