Secções
Entrar

Fome em Gaza deixa médicos incapazes de tratar pacientes

Diogo Barreto 23 de julho de 2025 às 16:42

Algumas organizações estão a pedir aos seus voluntários e trabalhadores para abandonarem o território para escaparem à fome. Israel nega estar a bloquear ajuda, apesar de controlar as fronteiras.

A fome alastra cada vez mais em Gaza com médicos e profissionais de saúde a ficarem demasiado fracos para poderem ajudar os seus pacientes. De acordo com o jornal britânico The Guardian e a organização Repórteres Àrabes para o Jornalismo de Investigação, dezenas de médicos por todo o território têm sentido dificuldades em aceder a mantimentos. A situação levou mais de cem organizações humanitárias a fazer um alerta, afirmando que as consequências da fome em gaza serão catastróficas, apelando a que Israel levantasse o bloqueio à entrada de ajuda humanitária.

fome gaza AP Photo/Jehad Alshrafi

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, o total de mortes por subnutrição desde o início da guerra no enclave é de 101, incluindo 80 crianças. Nos últimos três dias mais de trinta pessoas morream à fome em Gaza, 21 delas crianças, revela ainda a instituição.

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF), a Save the Children e a Oxfam denunciaram a falta de mantimentos e as situações em que se encontram os voluntários e profissionais que estão atualmente em Gaza. Várias organizações de comunicação têm dado ordens aos seus correspondentes para que abandonem aquele território para evitarem sofrer com a fome.   

"Em Gaza, atualmente, não há fome causada por Israel", afirmou o porta-voz do executivo, David Mencer, em resposta às 100 organizações não-governamentais (ONG) que apelaram ao levantamento do bloqueio de ajuda. "Trata-se de uma escassez causada pelo Hamas", acrescentou Mencer, acusando o movimento extremista palestiniano de impedir a distribuição de alimentos e de saquear a ajuda para as suas próprias necessidades.

O governo israelita acusou associações como os MSF, a Save the Children e a Oxfam de estarem a fazer "propaganda em nome do Hamas". Segundo argumenta o ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, cerca de 4.500 camiões com ajuda humanitária terão entrado em Gaza, sendo responsabilidade do "estrangulamento logístico" das Nações Unidas o facto de outros 700 camiões ainda não terem sido distribuídos e estarem retidos na fronteira. 

Mas a verdade é que as fronteiras para Gaza são, atualmente, controladas por Israel que mantém as mesmas fechadas, permitindo a  distribuição de comida apenas em alguns complexos militarizados. Israel defende que o Hamas beneficia da ajuda que chega através dos comboios humanitários da ONU.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela