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El Niño: o regresso do fenómeno que vai aquecer (ainda mais) o planeta

Márcia Sobral 17 de janeiro de 2023 às 19:23

Cientistas apontam que fenómeno poderá regressar no final de 2023.

O El Niño deverá voltar no final deste ano e poderá causar ondas de calor sem precedentes. Numa altura em que o mundo se continua a debater com as alterações climáticas, os cientistas alertam que o fenómeno poderá ser responsável por temperaturas "fora do normal".

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De acordo com Ricardo Deus, meteorologista doIPMA, o "El-Niño faz parte do Sistema El Niño Oscilação Sul (ENSO) e é um fenómeno climático oceano-atmosférico que, de uma forma simplificada, é caracterizado pelo aquecimento águas superficiais do sector centro-leste do Oceano Pacífico". No fundo, falamos de um acontecimento que ocorre de quatro em quatro anos, que "afeta o clima regional e global e a circulação geral da atmosfera", estando associado a "anos secos ou muito secos".

Normalmente tem uma duração média de seis a 15 meses e os setores mais afetados costumam ser a "saúde, alimentação, infraestruturas e energia". Quanto ao impacto, verifica-se com maior expressão na América do sul e do norte bem como no continente Africano.

Já no caso da Europa, apesar de falarmos de uma "região de transição", o El Niño é pouco impactante. Ainda assim, Ricardo Deus ressalva que "diversos estudos apontam para que cada vez mais os ciclones tropicais estendam a sua trajetória para latitudes mais elevadas o que aumentará a probabilidade destes fenómenos possam atingir território Português com categorias mais elevadas e com potencial de destruição maior".

Uma vez que falamos de um fenómeno relacionado com o aumento da temperatura, o meteorologista do IPMA assegura que "é muito provável que se faça sentir nos registos da temperatura média do ar nos próximos meses em Portugal, potenciando um clima mais extremo, com por exemplo ondas de calor mais intensas, extensas e persistentes".

A nível prático, segundo o The Guardian, os cientistas alertam que será muito provável que o aquecimento global exceda 1,5°C, mas os efeitos concretos só deverão ser sentidos no próximo ano. Como falamos de um fenómeno que ocorre durante o inverno, o mais provável é que só em 2024 se sinta aumento da temperatura e que este seja um dos "anos mais quente da história".

Este acontecimento climático está ainda ligado a outro fenómeno, o La Niña, responsável pelo "arrefecimento anómalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Central e Oriental" tendo a capacidade de formar as chamadas "piscina de águas frias".


(Artigo atualizado com informações dadas pelo metereologista Ricardo Deus)

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