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"Decisão pública" retirou obrigações do Banif da alçada do Totta

01 de agosto de 2017 às 16:00

Presidente do Totta diz não ser sua a responsabilidade de resolver o problema dos lesados do Banif

O presidente do banco Santander Totta lembrou esta terça-feira que a primeira proposta para a compra do Banif assumia o pagamento de obrigações subordinadas, o que, por "decisão pública", não se veio a consubstanciar depois da resolução da entidade.

"Na primeira proposta, que significava comprar a totalidade, nós assumíamos o pagamento dessas obrigações subordinadas. Por decisão pública, foi decidido que os obrigacionistas subordinados fossem retirados e ficassem no Banif. Para além disso, o Estado tinha 60% do banco, tinha administradores no banco", assinalou António Vieira Monteiro, falando da situação dos lesados do Banif.

E questionou: "Por que é que seremos nós a ter de pagar aquilo que não fizemos?".

O responsável disse ainda, em conferência de imprensa para apresentação de resultados do Santander Totta, não ser sua a responsabilidade de resolver o problema dos lesados do Banif, embora se declare "sensível, enquanto pessoa", aos problemas dos clientes.

"É preciso ter em atenção que também existem determinados direitos e deveres nesta instituição [Santander Totta] que têm de ser atendidos", alertou ainda.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a analisar mais de 800 queixas apresentadas pelos lesados do Banif, ao passo que na Assembleia da República foi apresentada uma petição pelos mesmos.

O Santander Totta adquiriu o Banif por 150 milhões de euros em dezembro de 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.

Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, em grande parte oriundos da Região Autónoma da Madeira, perderam 263 milhões de euros.

O Santander Totta fechou o primeiro semestre do ano com um lucro de 228,9 milhões de euros, uma subida de 16,7% face aos 196,2 milhões de euros de lucro registados entre janeiro e junho de 2016, foi hoje revelado.

A margem financeira, informou o banco liderado por António Vieira Monteiro, ascendeu a 338,4 milhões de euros no primeiro semestre, um recuo de 8,3% face aos primeiros seis meses do ano passado, consequência de "reajustamentos ocorridos na carteira de dívida pública".

Os depósitos, frisa ainda o Santander Totta, "totalizaram 27,6 mil milhões de euros, subindo 0,6% face a junho de 2016 e 1% face a março de 2017".

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