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Ataque terrorista em Burkina Faso mata 200 pessoas. O que se sabe?

Luana Augusto 28 de agosto de 2024 às 18:19

Ataque foi reivindicado por um grupo armado ligado à Al-Qaeda. Governo não controla grande parte do território.

Cerca de 200 pessoas morreram e 140 ficaram feridas no Burkina Faso, segundo a televisão Al Jazeera, após uma série de ataques perpetrados por um grupo armado ligado ao Al-Qaeda, o Jama'at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM).

REUTERS/ Mahamadou Hamidou

Os habitantes de Barsalogho - cidade localizada a 80 quilómetros da capital - estariam a ajudar as forças de segurança locais a cavar trincheiras para proteger as aldeias e impedir a entrada de combatentes invasores, no sábado, quando o grupo armado invadiu a área e abriu fogo contra a mesma. Vídeos publicados nas redes sociais por combatentes do JNIM mostravam o que pareciam ser dezenas de pessoas, maioritariamente homens jovens, a trabalhar nas trincheiras. 

"Tudo o que puderam fazer foi deitarem-se uns em cima dos outros. Foi uma carnificina", disse uma fonte citada pela agência de notícias Reuters, ao acrescentar que os homens armados também dispararam contra mulheres que recolhiam lenha nas proximidades.

Sabe-se, de acordo com a imprensa local, que várias pessoas se haviam oposto para ajudar na construção das trincheiras por temer possíveis ataques por parte do grupo armado. Contudo, segundo uma declaração conjunta emitida pelas famílias dos residentes de Barsalogho citada pela Reuters, o exército terá forçado a população a participar nos trabalhos, espancando aqueles que temiam represálias.

O governo de Burkina Faso já suspeitava de um ataque iminente, o que terá justificado as ações da população. Porém, estas acabaram por não travar os ataques terroristas.

Mulheres e crianças acabaram por entrar para a lista de vítimas, enquanto que os feridos foram levados para o Hospital Regional de Kaya e vários soldados permanecem desaparecidos. O ataque, considerado agora um dos mais mortíferos desde que os grupos ligados ao Al-Qaeda e ao Estado Islâmico se mudaram do Mali para Burkina Faso, levou assim as autoridades a apelarem a médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde para se voluntariem no tratamento dos feridos. 

Por enquanto, sabe-se que os combatentes do grupo armado continuam a avançar no território e a conquistar regiões, segundo a Al Jazeera. De acordo com relatos locais citados pelo mesmo jornal, já terão sido também apreendidas armas e uma ambulância militar e o grupo já assumiu o controle do suposto quartel-general do exército em Barsalogho, a 24 de agosto, indicou o JNIM.

O ministro das Comunicações, Rimtalba Jean Emmanuel Ouedraogo, entretanto já se pronunciou sobre a situação e considerou o ataque como "bárbaro". Já a embaixada dos Estados Unidos em Ouagadougou disse, na terça-feira, que os EUA "condenam veementemente o ataque terrorista".

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