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Médio Oriente: Repórteres Sem Fronteiras querem levar segurança de jornalistas em Gaza à ONU

Lusa 02 de setembro de 2025 às 18:50

O número de jornalistas mortos em Gaza ultrapassa os 210 desde 07 de outubro de 2023, segundo dados da RSF, o que faz deste "o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos".

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) quer levar à ONU os problemas de segurança dos jornalistas em Gaza, onde já morreram mais de 200 profissionais desde 2023, após um protesto mundial que reuniu cerca de 270 meios de comunicação.
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Em declarações à Lusa, Louise Alluin Bichet, diretora de projetos da RSF, disse que a entidade iria solicitar “uma reunião urgente à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a questão da proteção dos jornalistas em Gaza e a clara violação da Resolução 2222, que protege os jornalistas durante conflitos armados”. Na segunda-feira, a RSF, o movimento de campanhas Avaaz e a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) organizaram um protesto mundial, que em Portugal contou com a participação da Lusa e do Público, totalizando mais de 270 meios de comunicação de mais de 70 países diferentes, segundo o balanço final da responsável da RSF.  “Este resultado demonstra a mobilização dos media e dos jornalistas e a indignação que sentem em relação à situação catastrófica da informação em Gaza e, mais especificamente, aos crimes cometidos contra jornalistas palestinianos por Israel”, indicou, salientando que é preciso “ampliar ainda mais a mobilização da media, que pode e deve demonstrar” a sua “rejeição à situação”. Questionada sobre o impacto do protesto, Louise Alluin Bichet disse que a organização está “em discussões com diferentes Estados” sobre as questões que defende. “Certamente esperamos mudanças muito concretas, particularmente dos Estados que apoiam ativa ou passivamente Israel, isso faz parte das mensagens dos últimos dois anos”, salientou. Segundo a responsável, a RSF tem “uma série de operações”, tendo a ação de segunda-feira sido “realmente importante”, para “mobilizar a comunidade mediática em todo o mundo e permitir que expressassem a sua raiva e rejeição da situação”. A organização continua ainda atividades como “defesa, monitorização, investigação, publicações”, entre outras e apoia “concretamente os jornalistas dentro de Gaza”, reconhecendo que “embora não seja fácil, é crucial” e garantindo que continuará a fazê-lo. O número de jornalistas mortos em Gaza ultrapassa os 210 desde 07 de outubro de 2023, segundo dados da RSF, o que faz deste "o conflito mais letal para repórteres nos tempos modernos". Os ataques mais recentes contra jornalistas em Gaza ocorreram em 25 de agosto, quando forças israelitas bombardearam o complexo médico al-Nasser - um conhecido ponto de encontro de repórteres - matando cinco jornalistas. Duas semanas antes, outros seis jornalistas foram mortos num único ataque.
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