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Entre o palco e o online: assim se dança no Festival DDD

A quinta edição do Festival Dias da Dança arranca a 20 de abril sob o mote No Palco / Em Casa e decorre no Porto, em Gaia, Matosinhos e pela primeira vez em Viana do Castelo.

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Edição de 19 a 25 de agosto
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Filipa Vaz Teixeira 09 de abril de 2021 às 20:00
AUDE ARAGO

Depois de cancelada a edição de 2020, o Festival DDD volta aos palcos para apresentar 22 espetáculos, 16 dos quais em estreia absoluta nacional, como Bate-Fado, da dupla de artistas portugueses Jonas & Lander, que marca o arranque do festival (19h, Teatro Rivoli; online de 23 a 25 de abril). A sala virtual do DDD terá a sua estreia no mesmo dia, com Room with a View, uma peça do coletivo francês (LA) Horde e de DJ Rone com o Ballet National de Marseille, que será transmitida gratuitamente às 22h no site e no Facebook do festival e no dia 24 de abril, na RTP2 (22h10).

Relativamente aos espetáculos ao vivo, um dos pontos altos do DDD acontecerá no Dia Mundial da Dança, a 29 de abril. A data será assinalada no Auditório Municipal de Gaia com a estreia absoluta de Viaduto, um projeto do coreógrafo e performer brasileiro a residir no Porto, Renan Martins, com música de Frankão (conhecido artisticamente como O Gringo Sou Eu). A apresentação será às 19h, com transmissão no palco online nos dias 29 e 30 de abril. No mesmo dia e à mesma hora, o Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, recebe Os Três Irmãos, uma colaboração entre o coreógrafo Victor Hugo Pontes e o escritor Gonçalo M. Tavares. O espetáculo terá uma apresentação prévia no Teatro Rivoli, no Porto, no dia 26 de abril às 19h.

Continuando nas produções nacionais, a programação põe em diálogo várias gerações de coreógrafos: João Fiadeiro e Carolina Campos trazem a história da crise de um encontro com Ça va exploser (27 de abril, 22h, online); as bailarinas e coreógrafas Sara Anjo e Teresa Silva apresentam em Serralves, no Porto, Oráculo (22 de abril, 20h); São Castro e António M Cabrita levam ao Teatro Municipal Constantino Nery, em Matosinhos, Last, uma obra que tem como principal fio condutor a composição The Late String Quartets de Beethoven, com a interpretação ao vivo do?Quarteto de Cordas de Matosinhos (21 de abril, 19h); Miguel Pereira exibe o documentário Era um peito só cheio de promessas, uma reflexão sobre a dança partir da comemoração dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão Magalhães (21 de abril, online); e Cláudia Dias apresenta a sua mais recente criação inserida no projeto Sete Anos Sete Peças. A quarta parte do projeto chama-se Em Quinta-feira: Abracadabra, é produzida em parceria com a coreógrafa espanhola Idoia Zabaleta e estará em exibição no palco online do DDD no dia 28 de abril, às 22h.

Ana Viotti

Em destaque estarão também as artistas Catarina Miranda, Ana Isabel Castro (Jovem Artista Associada do Teatro Municipal do Porto) e Luísa Saraiva, com estreias absolutas nesta edição do festival. O dia de encerramento do DDD, a 30 de abril, ficará marcado pelo espetáculo Siri, do realizador Jorge Jácome e do coreógrafo Marco da Silva Ferreira. Siri prolonga a colaboração entre estes dois criadores, que já tinham coassinado Íris, e investe sobre a memória do corpo humano e das suas representações através da tecnologia, numa linguagem assente em vários binómios (Teatro do Campo Alegre, Porto, 19h).

Ainda no dia de encerramento, o festival transmite no seu palco online (Facebook e site) o espetáculo North Korea Dance, da coreógrafa sul-coreana Eun-Me Ahn que, deste modo, volta a marcar presença no DDD, depois de em 2017 ter apresentado Dancing Grandmothers. O digital será, aliás, o principal veículo da programação internacional desta edição do festival, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia.

JM Chabot

Em casa vamos poder ver (B)reaching Stillness, da coreógrafa helvética Lea Moro, uma peça inspirada nas naturezas mortas do período Barroco, ampliada pel’ A Sinfonia da Ressurreição (1894) de Gustav Mahler e que versa sobre a imobilidade, as mudanças imperturbáveis e as suas diferentes formas de ressurreição (21 de abril, 22h); e L’affadissement du merveilleux, da canadiana Catherine Gaudet, em que os ritmos hipnóticos marcam os movimentos dos cinco bailarinos que se vão metamorfoseando, como se de um organismo único se tratassem (22 de abril, 22h).

A exceção ao palco virtual está na peça Please Please Please, que será exibida nos dias 22 e 23 de abril, no Teatro Carlos Alberto, no Porto. Da autoria das coreógrafas Mathilde Monnier e La Ribot e do encenador português Tiago Rodrigues, este espetáculo é uma mensagem para as gerações futuras sobre "o que fizemos e não fizemos para preservar este mundo", sob o prisma de duas mulheres que se dirigem aos seus filhos e filhas.

No campo expositivo, de ressalvar as duas mostras que acompanharão todo o festival: PARA UMA TIMELINE A HAVER genealogias da dança enquanto prática artística em Portugal (V edição) é uma reflexão sobre a prática da dança em Portugal nos séculos XX e XXI, da autoria de Ana Bigotte Vieira, Carlos Manuel Oliveira, João dos Santos Martins e Marco Balesteros. A exposição pode ser vista entre os dias 22 de abril e 11 de julho, em Serralves, no Porto. Já POROMECHANICS é uma instalação de vídeo de Catarina Miranda concebida propositadamente como projeto expositivo virtual. A exposição está intimamente ligada com a peça de dança CABRAQIMERA, da artista portuguesa, que será exibida às 19h de 28 de abril, no Rivoli, no Porto.

Nesta quinta edição do Festival Dias da Dança haverá também um ciclo de conversas online intitulado Dança Iminente, com base nas temáticas abordadas nos trabalhos desenvolvidos pelos artistas portugueses, e residências artísticas de três coreógrafos-intérpretes: Flávio Rodrigues, Raul Maia e Thiago Granato estarão em trabalho de pesquisa, investigação e experimentação ao longo do festival, partilhando diariamente os seus progressos no site do DDD.

A edição deste ano promove ainda três masterclasses, duas baseadas nos espetáculos Room with a view e Please Please Please  e uma terceira intitulada "Histórias da Dança", orientada pelo programador e curador Delfim Sardo, sobre a obra do coreógrafo João Fiadeiro (21, 25 e 26 de abril); e duas festas online a assinalar a abertura e o encerramento do festival. A música ficará a cargo de Nídia e do Coletivo XXIII.

Os bilhetes, à venda na bilheteira central do Teatro Municipal do Porto a partir do dia 19 de abril, variam entre os €3,50 (espetáculos online) e os €9 (espetáculos presenciais). Há ainda o Passe DDD que inclui 50% de desconto sobre o preço total dos espetáculos presenciais e que é válido na compra, no mínimo, de seis espetáculos.

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