Plataforma de streaming proibiu a partilha de contas, após anos a dizer que fazê-lo era um "ato de amor". Decisão gerou alguma controvérsia e já levou à venda de acessos na "dark web".
Praticamente três meses volvidos desde que a Netflix anunciou o fim da partilha de contas em diversos mercados - entre eles Portugal -, há quem esteja a vender acessos na "dark web". O alerta foi dado pela empresa de cibersegurança Check Point.
"A pesquisa da Check Point identificou vários negócios de venda ilegal de subscrições da Netflix na Dark Web", refere a empresa, numa nota publicada no blogue do site da empresa.
Estas subscrições, detalha, estão à venda na rede social chinesa Telegram, pelo valor de 190 rupias indianas, o equivalente a cerca de dois euros. Pelo valor referido, o comprador consegue ter um mês de acesso à plataforma.
"Este canais promovem acesso e legitimidade total para atrair potenciais compradores", detalha a empresa, alertando que as contas vendidas através deste portal estão "normalmente ligadas a outros cibercrimes".
A Netflix decidiu terminar com o fim da partilha de palavra-passe - que durante anos defendeu ser um ato de amor - por considerar que esta funcionalidade estava a limitar a capacidade de investimento. "Hoje, mais de 100 milhões de residências partilham contas — o que impacta a nossa capacidade de investir em séries e filmes de grande qualidade", referiu, em fevereiro.
A decisão gerou polémica, levando mesmo vários utilizadores a cortarem laços com a plataforma de streaming. De acordo com a Check Point, só em Espanha a empresa perdeu mais de um milhão de subscritores no primeiro trimestre deste ano.
A empresa de cibersegurança deixa, por isso, dicas para evitar que a conta da Netflix seja invadida e roubada. Entre as recomendações está o uso de palavras-passe mais complexas, combinando caratéres e números.
Mas, apesar dos protestos e da discórdia que a decisão gerou entre os utilizadores, a empresa mantém-se fiel à estratégia, tendo na terça-feira anunciado que a medida vai aplicar-se também aos Estados Unidos. No total, serão 100 os países a ver a proibição da partilha de contas.
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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".