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Santa Casa de Lisboa "não entra em aventuras"

Governo vê "com bons olhos" uma possível colaboração entre a instituição de solidariedade social e a Caixa Económica Montepio Geral

A Misericórdia de Lisboa disse esta quarta-feira que o facto de estudar as propostas do Governo não significa que as concretize e garantiu que não assumirá "riscos indevidos", no dia em que foi noticiada a possível entrada no banco Montepio.

"Sempre consciente da sua missão e valores, a SCML [Santa Casa da Misericórdia de Lisboa] não entra em aventuras e analisa escrupulosamente todos os eventuais projectos ou investimentos de potencial interesse, nomeadamente propostas apresentadas pela Tutela ou pelo Governo", disse a instituição no comunicado em que divulgou as contas referentes ao ano passado.

A instituição afirmou ainda que o facto de "estudar e ponderar parcerias não implica necessariamente a sua concretização", e garante que a "Misericórdia de Lisboa nunca assume riscos indevidos, porque não é essa a sua vocação nem é essa a sua natureza" e que o que tem sempre em atenção é a "defesa dos interesses da Instituição e daqueles que dela beneficiam diariamente".

O ministro do Trabalho e Segurança Social, que tem a tutela da SCML, disse esta quarta-feira que o Governo vê "com bons olhos" a "cooperação entre instituições da área social", referindo-se a uma eventual entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa como accionista da Caixa Económica Montepio Geral, noticiada peloDN.

"O Governo e eu próprio vemos de forma positiva uma cooperação reforçada entre instituições que têm uma missão social relevante", afirmou Vieira da Silva em Lisboa, à margem do evento que marcou o 40º aniversário do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.

O governante foi questionado pelos jornalistas sobre os problemas que essa eventual operação poderá levantar, tendo considerado que em causa não está uma "instituição financeira qualquer", mas com origem no sector da economia social.

Vieira da Silva disse ainda que tem o "maior prazer" em responder às questões sobre este tema no Parlamento, tal como pediu o CDS.