Sábado – Pense por si

Presidência do Eurogrupo não devia ser "objectivo" para Portugal

Líder do BE considera que "é uma instituição que não faz bem nenhum a nenhum país"

O Bloco de Esquerda considera que a presidência do Eurogrupo não devia ser um objectivo para Portugal, já que é "ingénuo" pensar numa mudança de orientação da instituição. A posição foi assumida por Catarina Martins, numa altura em que se tem falado da possibilidade de Mário Centeno assumir o cargo - uma decisão que o próprio ministro das Finanças admitiu que não recusaria. 

"O Eurogrupo é uma instituição que não faz bem nenhum a nenhum país e a uma Europa que queira funcionar", defendeu a líder bloquista numa entrevista à Antena 1, garantindo que essa possibilidade não centra as preocupações do partido. E explicou: a presidência do Eurogrupo "não devia ser para o País um objectivo" porque "nenhuma pessoa sozinha mudará" a "relação de forças" do Eurogrupo. E pensar o contrário seria "no mínimo ingénuo", concluiu.

Na mesma entrevista, a coordenadora do BE reiterou a necessidade de o próximo Orçamento do Estado (OE) incorporar mudanças nos escalões de IRS. O Bloco defende "mais escalões de IRS concentrados nos escalões de baixo, onde está a generalidade das famílias portuguesas e a generalidade dos contribuintes".

"Se conseguirmos fazer isso em dois anos poderemos ter maior progressividade fiscal. A outra hipótese é fazer um esforço maior neste OE", considerou Catarina Martins.

No que refere à posição conjunta assinada com o PS para viabilizar o actual executivo, e sobre o que falta fazer, a líder do BE destacou a necessidade de haver uma "promoção e defesa" dos serviços públicos, nomeadamente na Saúde e Educação.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.