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Portugueses são os que mais sentem perda no poder de compra

Alexandre R. Malhado
Alexandre R. Malhado 10 de maio de 2023 às 20:20
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Barómetro anual do Cetelem revela que um em cada dois europeus sentem uma quebra no poder de compra. Portugal no topo da lista.

A vida está mais cara e os números não enganam. É o que sentem nove em cada dez europeus, segundo o Barómetro Europeu do Consumo, feito pelo Observador Cetelem, um centro de estudos do BNP Paribas Personal Finance. Mas na Europa quem mais sente a diminuição do poder de compra são os portugueses, entre os europeus.

Consumidores e empresas mais pessimistas
Consumidores e empresas mais pessimistas Sábado

Segundo o estudo anual, diminuiu o poder de compra de 66% dos consumidores portugueses inquiridos. O barómetro resultou de inquéritos em 15 países europeus, com 800 entrevistas em cada, à exceção de França (onde foram inquiridos três mil consumidores). Em geral, o poder de compra diminuiu em mais de um em cada dois europeus, com uma particularidade: concluiu-se que os países da Europa do Norte e Ocidental foram os mais sensíveis a esta quebra: Suécia, Alemanha e Reino Unido juntam-se a Portugal entre os mais afetados.

Menos impacto a leste

Existe também uma disparidade entre géneros. "Aparentemente é entre as mulheres que mais se sente a quebra no poder de compra, agravando-se a diferença face aos homens de ano para ano. As mulheres também sentem mais o aumento líquido dos preços (com uma diferença de 10 pontos face aos homens)", lê-se no comunicado do estudo.

Por outro lado, onde se sentiu menos impacto da inflação foi a leste. Roménia e a Polónia, países da Europa Oriental, estão entre os que menos sentem o peso do aumento de preços.

Nem tudo são más notícias.O Fundo Monetário Internacional (FMI) mais que duplicou a sua previsão de crescimentopara Portugal na terça-feira. A culpa é do crescimento forte registado no primeiro trimestre, que levou os técnicos do organismo internacional a rever a previsão de crescimento de 1% (feita em abril) para 2,6% este ano. Além disso, prevê também uma estabilização em torno dos 2% no médio prazo, apontando para uma inflação de 5,6% em 2023. Lê-se no relatório de missão que, após o crescimento de 6,7% da economia portuguesa em 2022, "significativamente superior" aos 3,5% da zona euro, "o crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto] deverá desacelerar no resto do ano para uma média de 2,6% em 2023 e a inflação recuar para 5,6%".

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