Sábado – Pense por si

Mario Draghi admite que é necessário aliviar dívida grega

O Banco Central Europeu decidiu aumentar a liquidez de emergência aos bancos gregos em 900 milhões de euros

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, garantiu hoje que a Grécia vai reembolsar os empréstimos da instituição monetária europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e admitiu que é necessário aliviar a dívida grega.

"No dia 20 de Julho [data em que a Grécia deve reembolsar um empréstimo de 4,2 mil milhões de euros ao BCE] vamos ser reembolsados, bem como o FMI", afirmou Mario Draghi numa conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Governadores da instituição.

O presidente do BCE considerou ainda que a necessidade de reduzir o peso da dívida grega, que representa cerca de 180% da riqueza do país, é "indiscutível", embora não exista ainda resposta quanto à melhor forma de o fazer.

Esse deverá ser o tema das negociações das próximas semanas entre a Grécia e os seus credores, acrescentou o presidente do BCE.

O Conselho de Governadores decidiu hoje aumentar o plafond(limite) máximo da linha de liquidez de emergência que os bancos gregos podem pedir ao Banco da Grécia em 900 milhões de euros. Contudo, segundo o jornal The Guardian, com estes valores o governo grego ainda não pode acabar com o controlo de capitais. 

O tecto da linha de emergência tinha sido fixado nos 88,6 mil milhões de euros no dia 28 de Junho.

Eurogrupo dá luz verde a empréstimo intercalar à Grécia

Os ministros das Finanças da zona euro deram hoje um acordo de princípio, numa reunião do Eurogrupo por teleconferência, a um empréstimo intercalar de sete mil milhões de euros à Grécia, confirmou fonte europeia à Lusa.

O encontro por teleconferência aconteceu depois da votação na noite passada das medidas de austeridade exigidas pelos credores no Parlamento grego e serviu sobretudo para discutir o empréstimo intercalar, o chamado financiamento-ponte ou empréstimo intercalar, para garantir que a Grécia consiga fazer face aos próximos pagamentos.

Segundo as estimativas, a Grécia necessita de sete mil milhões de euros até à próxima segunda-feira, 20 de Julho, quando tem de reembolsar 3,5 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE).

A ajuda de emergência para a Grécia é imperiosa, já que o terceiro programa de ajuda, acordado na cimeira da zona euro concluída na passada segunda-feira, só deverá estar operacional dentro de cerca de um mês.

A Comissão Europeia propôs na quarta-feira que esse empréstimo seja de sete mil milhões de euros para três meses, financiado através do fundo no qual participam todos os 28 Estados-membros da União Europeia, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira.

Aos países de fora da zona euro que puseram inicialmente objecções a esta solução, como o Reino Unido, serão dadas garantias extras para que apoiem este financiamento à Grécia através do mecanismo europeu de estabilização financeira (EFSM).

A decisão sobre o empréstimo intercalar terá agora de ser aprovada pelos 28 Estados-membros.

Entretanto, o Parlamento da Finlândia aprovou hoje a disponibilização do financiamento-ponte da União Europeia para a Grécia e a negociação de um novo plano de resgate, anunciou o ministro das Finanças finlandês, Alexander Stubb.

"Temos mandato da Grande Comissão do Parlamento para aprovar quer o financiamento temporário de sete mil milhões proposto pela Comissão Europeia, quer a decisão, sujeita a condições estritas, de aprovar no Eurogrupo o início das negociações para um plano de financiamento ao abrigo do Mecanismo Europeu de Solidariedade da União Europeia para a Grécia", disse o ministro das Finanças aos jornalistas, em Helsínquia.

Nas declarações aos jornalistas, Stubb insistiu que a Finlândia se opõe a um perdão da dívida pública da Grécia pelos credores internacionais.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.