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Parlamento alemão vota programa de ajuda à Grécia

Bancos gregos abrem no dia 20 de Julho mas o controlo de capitais mantém-se: gregos só podem levantar 60 euros por dia

Os deputados alemães, que estavam em férias parlamentares desde o dia 3 de Julho, votam hoje o terceiro programa de ajuda internacional à Grécia.

Na sessão extraordinária no Bundestag (parlamento), com início previsto às 10 horas (09 horas em Lisboa), espera-se que a maioria dos deputados da coligação - conservadores e sociais-democratas representam 80% dos lugares - dêem 'luz verde' ao Executivo, a par dos Verdes.

Além da Alemanha, outros cinco países da zona euro (Holanda, Finlândia, Áustria, Eslováquia e Estónia) prevêem a necessidade de procedimentos parlamentares antes de ter lugar a negociação formal sobre o memorando de entendimento.

Só depois é que as instituições ficarão devidamente mandatadas para negociar com o governo grego o memorando de entendimento de um terceiro programa de assistência à Grécia, agora no quadro do Mecanismo Europeu de Estabilidade, o novo fundo de resgate permanente da zona euro.

Bancos gregos reabrem a 20 de Julho

Os bancos na Grécia, fechados desde o dia 29 de Junho, vão reabrir na segunda-feira, mas os depositantes só vão poder levantar 60 euros por dia, disse hoje o ministro-adjunto das Finanças, Dimitris Mardas.

"A partir de segunda-feira, as pessoas podem ir aos bancos e fazer todas as operações", afirmou o ministro na televisão pública grega, salientando que os levantamentos mantêm-se limitados a 60 euros diários.

O anúncio da reabertura dos bancos ocorreu algumas horas depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter decidido aumentar em 900 milhões de euros o plafondmáximo da linha de liquidez de emergência aos bancos gregos a que a zona euro deu o aval no âmbito das negociações do terceiro plano de ajuda financeira à Grécia ao longo de três anos.

Estas decisões foram tomadas na sequência da adopção, pelo Parlamento grego, de um primeiro pacote de medidas de austeridade exigidas pelos credores do país.

Num comunicado emitido hoje à noite, o Ministério das Finanças grego informou que o encerramento dos bancos vai manter-se até domingo.

Esta é a terceira semana em que os bancos se encontram fechados, uma medida tomada no final de Junho após a retirada de grande quantidade de dinheiro por parte dos gregos, apreensivos com a situação do país.

A medida visou "proteger o sistema financeiro e a economia gregas devido à falta de liquidez", justificou na ocasião o ministério.

Com o encerramento dos bancos e a imposição do controlo de capitais, foi imposto à população como limite máximo diário de levantamento 60 euros por dia, medida que não incluiu os turistas ou pessoas com contas no estrangeiro.

Algumas agências mantêm-se contudo abertas durante este período para que os reformados que não possuam cartões multibanco possam levantar dinheiro.

O presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou hoje que o conselho de governadores decidiu aumentar oplafondmáximo da linha de liquidez de emergência que os bancos gregos podem pedir ao Banco da Grécia.

O acréscimo do plafonddecidido pelo BCE é de 900 milhões de euros, afirmou o presidente do BCE.

O Eurogrupo deu o aval político ao início das negociações para um terceiro resgate a Atenas, na mesma reunião por teleconferência em que deu luz verde a um empréstimo intercalar de sete mil milhões de euros, no dia 16 de Julho.

Em comunicado, o grupo informal que junta os ministros das Finanças da zona euro saudou a aprovação pelo Parlamento grego, na quarta-feira à noite, de medidas de austeridade, a primeira das condições que foi imposta na cimeira de crise do passado fim-de-semana à Grécia para que venha a receber um novo pacote de ajuda financeira, e decidiu "conceder, em princípio, um empréstimo de três anos" a Atenas ao abrigo do Mecanismo Europeu de Estabilidade, o qual deverá oscilar entre 82 e 86 mil milhões de euros.