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Investimento imobiliário comercial deverá bater novo recorde este ano

04 de setembro de 2018 às 14:20
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O investimento imobiliário comercial em Portugal deverá bater um novo recorde em 2018, ultrapassando "largamente a fasquia dos 2.000 milhões de euros".

O investimento imobiliário comercial em Portugal deverá bater um novo recorde em 2018, ultrapassando "largamente a fasquia dos 2.000 milhões de euros" após ter somado 1.400 milhões de euros até Junho, prevê a consultora Worx.

"2018 será um novo ano recorde para o mercado de investimento imobiliário comercial. Os níveis de liquidez irão manter-se, continuando a ser direccionados para activos 'prime' [de elevada qualidade], e a tendência será para a estabilização dos valores das 'prime yield' [indicador de rentabilidade]", afirma Pedro Valente, do departamento de 'capital markets' da Worx, citado num comunicado.

Segundo o responsável, "devido à escassez de produtos", assiste-se a "um aumento da actividade do mercado de promoção, direccionada para projectos de escritórios e residencial".

No seu estudo WMarket 018, hoje divulgado, a Worx aponta o "desempenho excepcional" do mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal no primeiro semestre, com o segmento de retalho a registar o maior volume de investimento, num total aproximado de 800 milhões de euros.

"É de realçar o facto de que 75% do investimento imobiliário comercial nacional foi composto por operações acima dos 100 milhões de euros, estando na base deste resultado os investidores com perfil mais 'core'", sustenta.

Segundo a consultora, "o mercado imobiliário em Lisboa continua em ascensão, juntamente com Londres, Munique, Berlim, Frankfurt ou Paris", sendo que "a 'prime yield' do mercado de escritórios de Lisboa situa-se nos 4,5%, seis pontos percentuais acima da média europeia, que se encontra nos 3,9%".

Os dados da Worx apontam que foram fechadas até Junho em Portugal várias "operações de peso nos segmentos de retalho e escritórios", que contabilizaram 91% do total do volume de investimento e 71% do total de operações concluídas e assentaram "maioritariamente em transacções de portfólios".

No retalho, é referida a venda por 411 milhões de euros do portfólio da Blackstone composto pelo Sintra Retail Park, Fórum Sintra e Fórum Montijo e a alienação por 230 milhões de euros do Dolce Vita Tejo.

Já nos escritórios destacou-se a venda do Lagoas Park pela Teixeira Duarte ao fundo europeu Kildare, por 375 milhões de euros, e na hotelaria a alienação por 55 milhões de euros do Hotel Intercontinental Porto ao grupo asiático GCP Hospitality.

"A crescente exposição de Portugal a nível internacional, a manutenção de programas de incentivo ao investimento estrangeiro e o excelente desempenho dos sectores turismo e residencial têm permitido a Portugal captar a atenção de um leque diversificado de investidores internacionais", nota a consultora.

Segundo refere, durante o primeiro semestre do ano o mercado permaneceu "muito dominado" pelos fundos de investimento imobiliário internacionais e por capitais estrangeiros, que contabilizaram 98% do volume total de investimento transaccionado.

Na Europa, o investimento imobiliário comercial registou um crescimento de 2% no primeiro semestre, totalizando 115,4 mil milhões de euros, traduzindo "o actual momento positivo do mercado de investimento imobiliário".

De acordo com a Worx, este "momento positivo" reflectiu-se "sobretudo no sector de escritórios, que aumentou 9%, atingindo uma quota de mercado de 44% no volume total de investimento, fruto do fecho de operações de grande dimensão (acima dos 100 milhões de euros)".

"Já o segmento de retalho, ao contrário do mercado português, estabilizou, permanecendo nos 25,8 mil milhões de euros, enquanto o segmento industrial e logístico teve uma queda de 16%", acrescenta.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.