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Emigrantes lesados vão propor ao Novo Banco mediação pela CMVM

O anúncio foi feito pelo presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), Luís Marques, durante o protesto desta manhã em frente à sede do Novo Banco, em Lisboa

"Temos um bocadinho de esperança, quando ela desaparecer terei medo de mim" ou "Novo Banco: tu tiraste-me o sono e alegria de viver, lutarei com todas as minhas forças até ao dia de morrer". São essas as mensagens que os emigrantes lesados do Banco Espírito Santo (BES) exibiram em frente à sede do Novo Banco e que irão levar até ao Banco de Portugal, na Rua do Comércio. Durante o protesto, os emigrantes anunciaram que, até ao final deste mês, irão propor ao Novo Banco que resolva o conflito através da mediação pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O anúncio, feito pelo presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), Luís Marques, garante que "a arbitragem vai ser proposta até ao fim do mês", adiantando que este é um novo mecanismo que a CMVM disponibiliza para mediação de conflitos.

A CMVM publicou em Julho um regulamento com as regras da mediação de conflitos entre investidores não institucionais e as entidades que supervisiona. O caso dos clientes que se sentem lesados em bancos recentemente alvo de resolução, como os que protestam esta sexta-feira, pode enquadrar-se num procedimento de mediação multilateral.

Dezenas de emigrantes lesados do BES estão desde as 11:30 concentrados em frente à sede do Novo Banco, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Depois da concentração junto à sede do Novo Banco, os emigrantes lesados irão marchar até ao Banco de Portugal, na Rua do Comércio.

Os emigrantes lesados que se estão a manifestar não aceitam a solução comercial proposta pelo Novo Banco que foi aceite, contudo, por 6.000 clientes emigrantes, que tinham investido cerca de 500 milhões de euros em produtos de poupança. Estes clientes não aceitaram a proposta do Novo Banco por considerarem que não era justa e não se adequava ao seu perfil, uma vez que implicava a subscrição de obrigações de longa duração do Novo Banco e em que os depósitos a prazo estarão condicionados ao valor dessas obrigações.

A AMELP é constituída por mais de 400 associados, sobretudo trabalhadores emigrantes portugueses, e já protagonizou vários protestos em Paris e em cidades portuguesas, com o objectivo de reaver as poupanças dos emigrantes.

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