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Costa avisa Europa para "injustiça" de possíveis sanções

Em Varsóvia, onde aproveitou a Cimeira da NATO para falar com os parceiros europeus, o chefe de Governo negou ainda que haja negociações com as instituições europeias sobre o congelamento de fundos

O primeiro-ministro aproveitou a Cimeira da NATO, em Varsóvia, para sensibilizar os parceiros europeus sobre a "injustiça" da aplicação de eventuais sanções a Portugal. O chefe de Governo negou ainda que haja negociações com as instituições europeias sobre o congelamento de fundos.

 

António Costa respondeu ser "prematuro fazer essa contagem" à questão sobre se já contou "espingardas", ou seja apoios para conseguir travar a eventual aplicação de sanções na reunião dos ministros europeus das Finanças de terça-feira, em Bruxelas. "Mas aproveitei esta ocasião [cimeira da NATO] para poder falar com todos os meus colegas de governos que participam na reunião do Eurogrupo para transmitir a nossa posição e a nossa argumentação sobre a desadequação e injustiça de aplicar sanções a Portugal" devido à violação das regras orçamentais.

 

Comentando a informação da edição do jornal Expresso este sábado sobre a negociação do Ministério das Finanças com as instituições comunitárias sobre um congelamento de fundos, na sequência da aplicação de sanções, o chefe do Executivo adiantou não ter conhecimento dessa situação. "Não tenho conhecimento de qualquer negociação que esteja em curso e que envolva os fundos comunitários", disse António Costa, em conferência de imprensa, no final de dois dias da reunião bienal da NATO.

 

O chefe do Executivo reafirmou ainda a posição que Portugal tem mantido acerca da possibilidade de sanções: "Espero que no Ecofin [reunião dos ministros das Finanças da UE] exista o bom senso que existiu até agora na Comissão [Europeia] que, constatando um facto, não retirou nenhuma consequência concreta desse facto". "Querer anunciar o resultado do Ecofin antes do Ecofin estar concluído é o mesmo que querer abrir o telejornal com de hoje a dizer qual vai ser o resultado do Portugal-França de amanhã [domingo, da final do Campeonato Europeu de futebol)", comparou.

 

Para os dois casos, António Costa revelou os prognósticos que gostaria que se concretizassem. "O que eu gostaria que fosse o resultado do Ecofin é que fosse a aplicação de nenhuma sanção", disse o primeiro-ministro, acrescentando que em relação ao jogo do Euro sua "vontade não é particularmente original: é que Portugal ganhe".

O primeiro-ministro escusou-se, por outro lado, a comentar a nomeação de José Manuel Durão Barroso para presidente não executivo da Goldman Sachs International (GSI), desejando-lhe apenas felicidades. "Não tenho nenhum comentário, a não ser desejar as maiores felicidades pela nova carreira profissional que decidiu abraçar", disse apenas aos jornalistas.

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