A loucura explodiu no TikTok, quando a influencer Maria Vehera publicou um vídeo a comer o chocolate do Dubai, em dezembro de 2023. Várias marcas começaram a vender as suas versões e estão sempre esgotadas. À SÁBADO especialistas explicam se popularidade é real ou apenas marketing.
Terá a popularidade do chocolate do Dubaisido fruto de uma estratégia demarketingou um mero acaso? Com os preços das tabletes a rondarem os €100emsitescomo a Vinted e o Olx, e com o stocks sempre esgotado nas lojas e supermecados, esta é a pergunta que divide agora os especialistas. Contudo, para Carlos Coelho, especialista em gestão de marcas, não se tratará, nada mais nada menos, do que de um epifenómeno.
Ildar Imashev/Getty Images
"Isto não se trata de uma estratégia de marketing", começa por afirmar à SÁBADO. "O que aconteceu certamente foi um epifenómeno. A sociedade precisa de temas e de formas de se alimentar a si própria e terá sido certamente isso."
De facto, tudo surgiu no TikTok, quando a influencer Maria Vehera publicou um vídeo a comer o chocolate do Dubai, em dezembro de 2023. A publicação viria, então mais tarde, a atrair mais de 6 milhões de pessoas.
@mariavehera257 @fixdessertchocolatier WOW, JUST WOW!!! Can’t explain how good these are! When a chocolate, a dessert and a piece of art meet this is what you get! "Can't Get Knafeh of it," "Mind Your Own Busicoff," and "Crazy Over Caramel." Order on Instagram Chatfood or Deliveroo and let me know what’s your FIX? Instagram : fixdessertchocolatier #asmr#foodsounds#dubai#dubaidessert? ???????????? ???? - mariavehera257
Já o psicanalista João Balrôa tem a certeza que esta se tratará de uma estratégia de marketing "muito bem implementada". Afirma que os especialistas nesta área "têm muito conhecimento acumulado através da psicologia", para desta forma conseguirem influenciar a sociedade.
"Isto tem a ver com as estratégias que os especialistas do marketing utilizam", começa por alertar à SÁBADO. "Aquilo que eles tentam fazer é criar a ideia de que algo é valorizado e importante, e desta forma servir de contágio social."
Isso consegue-se, explica, por exemplo, "através do pormenor do chocolate estar fechado numa caixa [de segurança, no caso do Carrefour] ou com o nome, que neste caso remete para o luxo e o Dubai."
Além disso, frisa que estas marcas funcionam à base de "apelos aos aspetos emocionais". "O chocolate do Dubai associa as pessoas a um retrato sócio-económico elevado. Acaba, assim, por ser uma forma de as pessoas se sentirem mais valorizadas e é algo que se pode adquirir, por exemplo, num Lidl", recorda.
Segundo Carlos Coelho este tipo de fenómenos ocorre, mais commumente, com músicas. Deu até como exemplo a canção Gangnam Style, do sul-coreano Psy, que foi lançada em 2012, e que na altura viralizou através das redes sociais.
"Como é que se explica que uma música tenha tanto sucesso com um conteúdo tão pouco profundo?", questiona.
Enquanto isso, João Balrôa lembrou que estas "estratégias de marketing" começaram a aparecer ainda antes do surgimento das redes sociais, e deu como exemplo "os relógios de bolso".
Questionado sobre se esta poderá ser uma manobra que pode sair do controle, diz apenas que "quanto menos maturidade as pessoas tiveram mais facilmente aderem a estas modas." "É uma moda que enquanto passa e não passa aumenta os lucros dos grandes grupos económicos. Além disso, estas marcas usufruem da publicidade grátis, ganhando assim vantagem competitiva em relação a outras", lembra.
O chocolate do Dubai tornou-se viral através das redes sociais. Nas lojas, os preços podem rondar os €5 e os €25, mas como está quase sempre esgotado, há quem recorra a plataformas como a Vinted ou o Olx, onde os valores podem subir drasticamente até aos €100.
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