Barómetro anual sobre a capacidade financeira das famílias da DECO Proteste analisou o ano de 2022. Há cinco anos que índice não era tão baixo.
74% das famílias portuguesas enfrentam dificuldades financeiras, revela o Barómetro anual sobre a capacidade financeira das famílias da DECO Proteste, que analisou o ano de 2022. 8% destas famílias vivem numa situação crítica, com dificuldades para pagar as despesas essenciais como a mobilidade, alimentação, saúde, habitação, lazer e educação.
São as despesas com o carro que mais pesam na gestão orçamental das famílias: 67% dizem ser-lhes difícil conseguir pagar combustíveis, manutenção e seguros. Segue-se a alimentação, com a compra de carne, peixe e alternativas vegetarianas a afetar 59% das famílias. 57% diz ter dificuldades para pagar viagens e estadia, 55%, os cuidados dentários, e 54% a manutenção da casa com obras e remodelações.
Em 2022, o índice de capacidade financeira das famílias portuguesas atingiu o valor mais baixo dos últimos cinco anos, com um valor de 42,1 - é avaliado de 1 a 100 e quanto mais elevado, melhor essa capacidade.
É nos Açores que as famílias têm menor capacidade financeira: o índice atinge 37,2. Seguem-se Vila Real (38) e Aveiro (39,4). Os distritos com maior disponibilidade são os de Coimbra (47,1), Madeira (45,1), Beja (43,5) e Lisboa (43,5).
O cabaz alimentar aumentou 20% entre fevereiro de 2022 e de 2023: passou de €185 para €222. Mercearia, carne, peixe, vegetais e fruta são os alimentos mais difíceis de pagar pelos consumidores.
A habitação também assumiu um peso maior nos orçamentos familiares e quase metade das famílias portuguesas (44%) diz ter dificuldades em pagar a renda ou o empréstimo.
Todo este quadro impede poupar sequer uma pequena quantia: 75% dizem ser impossível ou quase impossível.
"É constatável que não houve uma melhoria efetiva das condições de vida dos portugueses nos últimos anos, e as consequências da guerra na Ucrânia puseram a nu todas as fragilidades da nossa economia e a debilidade económica da maioria dos agregados familiares", sublinha Rita Rodrigues, da DECO Proteste. "Estamos perante um cenário pouco animador para as famílias portuguesas. A incerteza da duração da guerra e os seus efeitos, a ausência de medidas que protejam os consumidores e a crise financeira que vem asfixiando a classe média na última década fazem antever uma evolução pouco auspiciosa da qualidade de vida em Portugal."
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
E se, apesar de, como se costuma dizer, nos ouvirem, monitorizarem movimentos, localização e comportamentos, esta aceleração forçada que nos faz andar depressa demais for, afinal, tão insustentável que acabe por (espero) ter efeito contrário?
O discurso do “combate à burocracia” pode ser perigoso se for entendido de forma acrítica, realista e inculta, ou seja, se dispensar os dados e evidências e assentar supostas verdades e credibilidades em mitos e estereótipos.
Campanhas dirigidas contra Mariana Mortágua mais não são do que inequívocos actos de misoginia e homofobia, e quem as difunde colabora com o que de mais cobarde, vil e ignóbil existe na sociedade portuguesa.