Principio de acordo inclui, ainda, o Banco de Portugal, a CMVM e o BES. Em causa estão 2.084 subscritores de papel comercial que reclamam 432 milhões de euros
O primeiro-ministro preside, às 18h00 desta quarta-feira, na residência oficial, em São Bento, à assinatura do memorando de entendimento que estabelece as bases para uma solução em relação ao papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES).
Fonte oficial do executivo adiantou à Lusa que o memorando será assinado, além do Governo, por representantes da Comissão do Marcados de Valores Mobiliários (CMVM), do Banco de Portugal, da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) e do Banco Espírito Santo (BES).
A resolução da questão dos lesados do BES, pela emissão de papel comercial do GES, tem sido assumida como uma das prioridades de curto prazo do executivo socialista, que alega a urgência de se repor a confiança no sistema financeiro português.
António Costa, assim como vários dirigentes do PS, lamentaram já publicamente o impasse em torno da resolução do problema dos lesados do papel comercial do GES - posição que foi interpretada como uma crítica à actuação do Banco de Portugal.
Fonte do Governo fez questão de salientar que será assinado um memorando, com as bases negociais para um eventual entendimento, e não um acordo definitivo em relação ao papel comercial do GES.
Na semana passada, o presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) já tinha dito à Lusa que a assinatura do memorando estaria para breve, mas explicou que não se "trata ainda da solução material", com o valor que os clientes receberão para compensar o dinheiro perdido por terem investido em papel comercial do GES.
"É um pressuposto de boas intenções. É uma afirmação em que estamos todos de boa-fé, empenhados em arranjar uma solução o mais rápido possível", disse, na altura, Ricardo Ângelo, acrescentando acreditar que até Abril será possível fechar o acordo com o valor que será pago a cada cliente.
Em causa estão 2.084 subscritores de papel comercial que reclamam 432 milhões de euros, sendo que esses clientes subscreveram papel comercial de empresas do GES mas vendido aos balcões do BES.
O dinheiro foi quase dado como completamente perdido aquando da 'implosão' de todo o grupo da família Espírito Santo, em 2014.
A associação que representa os lesados já admitiu por várias vezes que é provável que haja perdas para os clientes, que cada um poderá não conseguir recuperar tudo o que investiu, mas que irá lutar pelo "máximo possível".
Apesar de os lesados do papel comercial do GES terem vindo a desenvolver várias manifestações desde o colapso do GES, já em 2014, para recuperar o dinheiro investido, o tema viria a ganhar ênfase em Fevereiro desde ano, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter censurado publicamente o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, por estar a "arrastar" uma solução para o problema, pressionando um entendimento.
Em Junho de 2015, o governador do Banco de Portugal tinha dito no parlamento que a solução para os lesados do BES tinha de vir da CMVM e não da instituição que dirige, uma vez que se trata de valores mobiliários e não de depósitos, e reafirmou que as responsabilidades pelos lesados do papel comercial do BES não podem ser atribuídas ao Novo Banco, mas sim ao próprio BES.
Primeiro-ministro assina memorando com lesados do BES
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