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Cabaz de produtos essenciais aumentou €45,05 desde o início da guerra

Débora Calheiros Lourenço 17 de fevereiro de 2023 às 09:37

A 16 de fevereiro de 2023 o mesmo cabaz de produtos essenciais da DECO, que conta com 63 produtos, tinha um valor de €228,66. Antes da guerra, valia €183,63.

Um dos impactos da guerra na Ucrânia mais sentidos por toda a Europa foi o aumento generalizado dos preços. Agora que estamos perto de um ano de guerra, a DECO Proteste faz um balanço dos aumentos, que se continuam a verificar.

A 23 de fevereiro de 2022, um dia antes do início da guerra, o cabaz de produtos essenciais da DECO, que inclui 63 produtos, custava 183,63 euros. Quase um ano depois, a 16 de fevereiro de 2023, o mesmo cabaz vale 228,66 euros, representando um aumento de 45,05 euros.

Assim sendo o cabaz alcançou este fevereiro o valor mais alto desde o início de janeiro de 2022, altura em que a DECO começou a fazer a monitorização.

O relatório da DECO refere que "o peixe e os laticínios são as categorias alimentares que com maiores aumentos percentuais". De uma forma global o peixe aumentou 26,99%: no caso da pescada e do carapau as subidas são superiores aos 63%. Já os laticínios tiveram um aumento de 28%, especialmente no leite meio gordo e nos ovos.

No que refere a produtos específicos, "a polpa de tomate, o arroz carolino e o carapau foram aqueles que mais viram o seu preço subir".

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Foto: DECO Proteste
Foto: DECO Proteste
Foto: DECO Proteste


A Ucrânia e a Rússia eram os produtores a que a União Europeia mais importava cereais. Com a interrupção da exportação destes cereais todos os produtos a eles associados aumentaram o seu valor.

A guerra fez também aumentar os preços da energia e dos combustíveis, necessários em todas as etapas da cadeia agroalimentar, pelo que os produtos finais têm de incluir esse aumento de custos para os produtores.

Os consecutivos aumentos contribuíram para o aumento da taxa de inflação, que se verificou tanto na Zona Euro como em Portugal.

Nas sete variedades de carne incluídas no cabaz alimentar da DECO Proteste, foi possível verificar um aumento acima dos 20% em cinco. O bife de peru, as costeletas de porco e o frango inteiro são os produtos que mais viram o seu preço subir.

A DECO Proteste refere que "uma cesta típica com 14 frutas e legumes" passou dos 23,60 euros em fevereiro de 2022 para 29,43 euros em fevereiro de 2023. A couve-coração e a alface foram os legumes que mais aumentaram, já nas frutas as laranjas e as bananas registam os maiores aumentos.

Relativamente às mercearias, estas estão agora mais caras do que em qualquer outro período de análise, os produtos sujeitos a maior aumento foram a polpa de tomate, o arroz carolino e  o açúcar branco.

No relatório enviado pela DECO Proteste aos consumidores é também pedida uma "maior transparência na cadeia de abastecimento para que os consumidores entendam qual a justificação para o aumento dos preços de determinados produtos alimentares". Para que esta medida possa ser alcançada, "o Governo deve adotar um papel mais ativo no acompanhamento da evolução dos preços da alimentação, seja em termos legislativos, seja através da ASAE, para exigir maior transparência quer à produção agroalimentar quer ao setor da distribuição".

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