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BES: 80,8% dos emigrantes lesados aceitam solução

28 de junho de 2016 às 20:04

A instituição liderada por Stock da Cunha revelou que 6 mil clientes, com aplicações no valor de 500 milhões de euros, aceitaram a proposta do Novo Banco. Solução prevê recuperar até 90% do capital investido

O Novo Banco anunciou, esta terça-feira, que concluiu a execução da solução comercial que foi aceite por 6 mil clientes emigrantes, que tinham investido cerca de 500 milhões de euros em produtos de poupança do ex-BES.

 

Estes emigrantes tinham aplicado poupanças em produtos comercializados pelo Banco Espírito Santo (BES) - Poupança Plus , Top Renda e EuroAforro8 - que ficaram em risco aquando da queda do banco liderado por Ricardo Salgado, no Verão de 2014.

 

Para tentar minimizar as perdas, o Novo Banco - o banco de transição que ficou com os activos menos problemáticos do BES - criou soluções comerciais que propôs aos clientes daqueles produtos, emigrantes, as quais foram aceites por cerca de 80%.

 

Segundo a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), "no dia 19 de Abril, foi efectuada a liquidação em espécie das acções preferenciais do veículo EuroAforro 8 e, posteriormente, a entrega das obrigações seniores do Novo Banco e constituição dos depósitos a prazo aplicáveis no âmbito da solução comercial, tendo ficado a solução comercial totalmente implementada relativamente a este veículo".

 

Já no mês de Junho "foi finalizado o processo de implementação da solução comercial dos restantes veículos acima referidos, tendo os clientes que aderiram à solução comercial recebido as obrigações seniores do Novo Banco e sido constituídos os respectivos depósitos a prazo".

 

O Novo Banco diz que está assim concluída a "implementação da solução comercial" que, segundo fonte oficial, abrangeu "aplicações no valor de 500 milhões de euros e prevê recuperar até 90% do capital investido".

 

Quanto aos clientes que não aceitaram a proposta comercial, estes ainda poderão exercer a opção de liquidação em espécie das acções preferenciais "nos anos seguintes", refere a instituição.

 

De acordo com a explicação do Novo Banco, a solução comercial prevê, num primeiro momento, a constituição de depósito a prazo não mobilizável durante dois anos com uma Taxa Anual Nominal Bruta (TANB) de 1,5% e a transferência das obrigações no valor global de 60% do capital investido, assim como a constituição de um outro depósito que garante a recuperação em seis anos de 90% do capital investido.  

 

Como referido acima, apesar da solução comercial proposta pelo Novo Banco, nem todos os clientes emigrantes aceitaram. Aliás, a Associação Movimento dos Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) recomendou que os seus associados não subscrevessem a proposta por considerar que não era justa e não se adequava ao perfil desses clientes, uma vez que implicava a subscrição de obrigações de longa duração do Novo Banco e em que os depósitos a prazo estarão condicionados ao valor dessas obrigações.

 

A AMELP criticou ainda que às cerca de 400 pessoas que subscreveram os produtos EG Premium e Euro Aforro10 não tenha sido oferecida qualquer solução, sendo a única alternativa a reclamação do dinheiro em tribunal. Já o Novo Banco argumenta que não era possível oferecer uma solução neste caso devido ao tipo de instrumentos financeiros abrangidos por estes produtos.

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