Após a entrada num novo clube, os desafios psicoemocionais podem passar pela "regulação de expetativas, a presença (ou não) de barreira linguística, a capacidade de adaptação rápida a um contexto novo e desconhecido, mas também a distância da família e dos amigos (...)".
Esteve aberto mais um mercado de transferências no mundo de futebol, uma oportunidade para a entrada de jogadores em novos clubes, seja através de empréstimos, compras ou vendas. Para alguns atletas, as chamadas "janelas de transferências" podem traduzir-se em mudanças de país ou cidade, com um possível impacto a nível psicológico, mas não só.
Direitos Reservados
Ana Bispo Ramires, psicóloga do desporto, explica à SÁBADO que os desafios dependem de inúmeros fatores, nomeadamente "da forma como o clube que acolhe [o jogador] faz a integração do mesmo". No entanto, há desafios que se destacam como "a regulação de expectativas, a presença (ou não) de barreira linguística, a capacidade de adaptação rápida a um contexto novo e desconhecido, mas também a distância da família e dos amigos (...)".
É por essa razão que, de acordo com a especialista, "as competências psicoemocionais" devem ser trabalhadas desde o início da formação dos jogadores, a par das "físicas e técnico tácticas". No entanto, em Portugal, "esta não é uma realidade comum no contexto dos clubes de formação", o que leva muitas vezes os jogadores a procurar ajuda em contexto privado.
Ao longo da época (que nas ligas europeias começa habitualmente entre agosto e setembro e termina em maio) existem duas janelas de transferências: uma delas no final da época e outra a meio. A nível nacional, o mercado de inverno de 2025 abriu a 2 de janeiro e encerrou a 3 de fevereiro, mas as datas variam de país para país.
Ana Bispo Ramires faz notar que o mercado de inverno acontece numa altura em que "se espera que os atletas introduzam uma mudança positiva nas equipas que os acolhem muito rapidamente". Nesta altura, a capacidade de adaptação rápida a um novo contexto e "a ativação correta das competências psicoemocionais associadas a um bom desempenho desportivo" tornam-se determinantes.
A especialista refere ainda que a adaptação de cada jogador depende também das "competências psicológicas (de auto-regulação, autonomia, foco e resiliência) que o mesmo consegue ativar de forma consciente ou inconsciente".
Ana Bispo Ramires chama ainda a atenção para a famosa lista dos Golden Boys (que destaca jovens promessas abaixo dos 21 anos), relembrando que muitos não chegam a "confirmar o seu estatuto de excelência". Para a especialista, isto "não resulta das suas qualidades físicas ou técnico-tácticas (que na realidade foram as que os colocaram na referida lista)", mas de uma "impreparação na área do treino das competências psicológicas (...)", com um impacto no rendimento desportivo.
Portugal é um dos países com maior lucro no mercado de transferências. No ano passado, a 1ª Liga Portuguesa surgiu no topo de um estudo do Observatório do Futebol (CIES), que dizia respeito às receitas da última década, com um lucro de quase 2,4 mil milhões.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.