Sábado – Pense por si

Stephen Hawking: uma breve história

João Magueijo 16 de março de 2018 às 20:54

Há três anos dei uma conferência em Oslo na qual estava na plateia um aluno surdo-mudo, a quem o governo norueguês pagava uma tradutora de língua gestual. No comboio para o aeroporto encontrei a tradutora, que se queixou de os estrangeiros em geral acharem aquilo um desperdício de dinheiro. Pelo contrário, é um sinal de civilização.

Quando aterrei em Cambridge em 1989, para obras de mestrado e doutoramento, Stephen Hawking encontrava-se, como se costuma dizer em certos meios, em processo de divórcio. Tinha o mestre um gabinete com porta directa para a sala do chá-das-quatro, porque eram estes os únicos com acesso a cadeiras de rodas naquele vetusto edifício. O gabinete apresentava, portanto, o desagradável inconveniente de exibir publicamente os seus conflitos conjugais, ao rubro nesse Natal. O facto de um dos cônjuges ter de ralhar via sintetizador de voz e correr atrás do outro numa cadeira de rodas eléctrica resultava em cenas surreais. Em que manicómio vim eu cair?, lembro-me de pensar, nesses primeiros meses na Bifolândia.

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