O "expoente máximo" da urologia pediátrica está no Hospital de Braga para apresentar uma técnica "inovadora e mais eficiente" para corrigir aquela condição e "abrir mentalidades"
O "expoente máximo" da urologia pediátrica e especialista em Hipospadia, uma malformação congénita no pénis, está no Hospital de Braga para apresentar uma técnica "inovadora e mais eficiente" para corrigir aquela condição e "abrir mentalidades".
Durante a tarde de hoje, e sexta-feira, Warren Snodgrass, cirurgião americano conhecido como "o pai" de uma das técnicas cirúrgicas pediátricas mais usadas em todo o mundo, a "Snodgrass repair", vai realizar, perante uma plateia de 70 cirurgiões vindos de vários países, seis cirurgias corretoras da Hipospadia, mas não só.
"A Hipospadia é uma má formação de nascença muito mais comum do que se pensa e praticamente desconhecida porque a comunidade, e em especial a comunicação social, tem problemas em dizer a palavra pénis", explicou o cirurgião à Lusa.
Por isso, disse, "com estes seminários, além de divulgar aquela que é uma técnica inovadora e mais eficiente de corrigir o problema, o objectivo é abrir mentalidades, chamar a atenção para este problema que é mais comum que o Síndrome de Down, que a Espinha Bífida, que a Clamídia, mas que raramente a mãe sabe o que é".
E o que é a Hipospadia? "É uma condição que se manifesta na criança em que o pénis se desenvolve com a abertura para a exteriorização da urina [meato], não na ponta da glande do pénis mas algures entre o escroto, os testículos e a ponta do pénis. Esta má formação atinge um em cada 300 bebés masculinos", explicou o director do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga, Jorge Correia-Pinto.
Segundo o clínico, "a Hipospadia não exige correcção cirúrgica de imediato, mas durante os primeiros anos de vida tem que ser corrigida, porque interfere em várias dimensões".
Uma das consequências daquela má formação é que o "jacto da urina sai não orientado para diante, como é normal no género masculino, mas sai mais como na morfologia feminina", outra complicação associada é o "aumento de risco de infecções urinárias, isto depende também da localização do meato, quando mais atrás ele for maior o risco de complicações".
Para Warren Snodgrass, que apresenta a sua técnica pela primeira vez em Portugal, o nome Hipospadia"tem que entrar no dia-a-dia".
"Todas as mães que têm uma criança com uma deficiência sentem-se culpadas porque pensam logo que fizeram alguma coisa mal, que não tomaram as vitaminas, que foi aquele copo de vinho, ou alguma coisa foi. E o problema é logo com o pénis e é um problema do qual nunca ouviram falar. Depois vem também o isolamento porque o filho tem um problema que ninguém ouviu falar. Tudo isto junto aumenta a necessidade de ter mais informação", salientou Snodgrass.
No entanto, disse, as novas tecnologias estão a ter um papel importante na divulgação da Hipospadia.
"As mães quando ouvem o nome da doença fazem aquilo que todos fazemos hoje em dia, 'Googlam'. Quando ouvem o nome da doença, a primeira coisa que fazem é perguntar como se escreve e depois 'Googlam', ainda antes de nos perguntarem o que é", explicou.
O Curso "Hypospadias repair course - Exoscopic live surgery" decorre hoje e sexta-feira no Hospital de Braga, estando inscritos 70 cirurgiões provenientes de todo o mundo, desde a Tailândia, Brasil, Turquia, Polónia, Rússia, Itália e Espanha, entre outros.
Perito em malformação congénita do pénis vai expor em Braga "técnica inovadora"
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