Tiago Sá, médico especialista em sono, explicou à SÁBADO o porquê de os médicos acreditarem que a hora não deveria mudar. "O horário de inverno é o mais favorável" para o funcionamento do nosso corpo.
Na madrugada do próximo domingo, 30 de março, os relógios vão adiantar uma hora dando início ao horário de verão. Assim, quando forem 01h de domingo os relógios vão passar para as 02h.
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O regime de mudança da hora atual é regulado por uma diretiva de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão.
Desde 2018 que tem sido discutida a possibilidade de acabar com as mudanças de hora, no entanto o Conselho Europeu refere que ainda não foi tomada nenhuma decisão nem existe prazo para que tal aconteça. Tiago Sá, médico especialista em sono, explica à SÁBADO que "já está mais do que documentado que a grande parte das sociedades médicas que estudam o sono têm um parecer negativo relativo à mudança de hora".
Os impactos imediatos parecem óbvios: "Dormimos menos nessa noite". No entanto, "dormimos menos também nas noites seguintes, está provado que na segunda-feira dormimos em média menos quarenta minutos do que o normal" e Tiago Sá alerta ainda que, nos dias que se seguem à mudança da hora para o verão, "aumentam os enfartes, os AVCs e até os acidentes de viação (em 6%)".
Isto porque "a privação aguda de sono leva ao aumento da irritabilidade, do risco cardiovascular e da dificuldade de concentração" e, neste caso, temos de ter em conta que "toda a população passou pela mesma privação de sono, o que faz os fatores de risco aumentarem", reforça Tiago Sá.
O especialista considera que a mudança da hora é "um bom momento para refletirmos sobre a importância do sono, podemos aplicar as evidências aqui explicadas a qualquer outro dia do ano": "Se dormir menos uma hora do que o normal, daqui a dois meses os efeitos negativos que vou sentir são os mesmos de domingo e segunda-feira".
Aproveitar os dias antes para preparar o corpo
Para tentar amenizar os impactos da alteração da hora, Tiago Sá aconselha a "nos dias antes, tentar adiantar ligeiramente a hora em que nos deitamos para tentar compensar a perda futura": "Ou seja, se normalmente me deito às 22h30 posso tentar deitar-me às 22h na sexta-feira e às 21h45, ou até às 21h30, no sábado".
Além disso, no sábado é também "importante tentar reduzir a exposição luminosa nas últimas horas do dia e reduzir o consumo de café e açúcar, para que consigamos adormecer mais cedo".
Hora de inverno é a mais "adequada biologicamente"
Tiago Sá acredita que o horário mais "adequado biologicamente" é o de inverno: "Os médicos consideram que o horário de inverno é o mais favorável, apesar de que quando perguntamos à população as pessoas tendem a preferir o horário de verão, especialmente devido ao número de horas de sol".
Porém, o especialista recorda que "o horário de verão não significa que existam mais horas de sol", significa sim que "há luz até mais tarde", "mas muitas vezes quando acordamos ainda está de noite". Além disso, o médico alerta que "no verão tendemos a adormecer mais tarde, porque existem mais horas de sol, mas os horários laborais permanecem os mesmo por isso, na realidade, dormimos menos horas".
Por isso, se adotarmos sempre o horário de inverno, "os dias não vão ficar mais pequenos no verão, apenas as horas de sol vão estar mais bem distribuídas".
Porquê que a hora muda?
O hábito de existir um horário de verão e outro de inverno começou na I Guerra Mundial, altura que ao avançar uma hora significava que existia menos uma hora noturna, o que permitia que fossem usadas menos luzes elétricas. A ideia foi reintroduzida nos anos 70 e, em 1980, a União Europeia legislou pela primeira vez o horário de verão através de uma diretiva que coordena as práticas nacionais existentes para garantir o bom funcionamento do mercado único.
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