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Hong Kong em risco de ser uma nova Fukushima

Greenpeace alerta para o risco que Hong Kong enfrenta com uma central nuclear situada a apenas 50 quilómetros de distância

Frances Yeung, uma das responsáveis da Greenpeace, disse hoje à RTHK que Hong Kong enfrenta um risco de acontecer o que sucedeu em Fukushima por ter uma central nuclear situada em Daya Bay, na China continental, a apenas 50 quilómetros de distância.

Em 2010, as autoridades de Hong Kong anunciaram que houve uma pequena fuga na central nuclear situada na cidade chinesa de Shenzhen, na província vizinha de Guangdong. Na altura, foi detectado um pequeno aumento da radioactividade num reactor de arrefecimento da central nuclear de Daya Bay, explorada pela CLP Power, o maior fornecedor de electricidade de Hong Kong.

A declaração de Frances Yeung surge no dia em que o Japão assinala o quinto aniversário do sismo seguido detsunamique em 2011 provocou a morte de mais de 18 mil pessoas, devastou a costa nordeste do país e provocou ainda o acidente nuclear de Fukushima.

A Greenpeace advertiu não haver ainda "solução à vista para os quase 100 mil deslocados" pelo incidente na central japonesa. "Não sabemos exactamente o que causou o acidente e o Governo japonês continua a minimizar o nível de radioactividade nas zonas que tiveram de ser evacuadas. É trágico e inaceitável", lamentou, em comunicado, o director da organização ecologista no Japão, Junichi Sato.

Para os ambientalistas, a crise da central Fukushima Daiichi, que está a ser desmantelada, foi "um dos piores acidentes industriais na história" e os governos devem apostar urgentemente na "energia limpa, renovável e segura".

A Greenpeace também pediu ao Governo japonês e à operadora Tokyo Electric Power (TEPCO), proprietária da central, para dar prioridade à "segurança e ao meio ambiente" e apontou que o encerramento da central de Takahama, ordenado esta semana por um tribunal do Japão, por razões de segurança, é "um sinal de que a energia nuclear não tem futuro" no país.