Para os dois médicos ouvidos pela SÁBADO a pseudoefedrina é vista de forma diferente. Lúcio Meneses apela ao cuidado na sua mistura com outros medicamentos; Rui Nogueira considera que o seu contributo para doenças cardiovasculares é residual.
França proibiu a venda livre de oito medicamentos utilizados contra as gripes e constipações. Em comum, os fármacos têm a substância pseudoefedrina, ligada ao risco de AVC e ataque cardíaco. A medida entrou em vigor a 11 de dezembro, meses depois de em Portugal, o Infarmed ter feito um alerta relativo à mesma substância: os doentes com hipertensão ou problemas renais não devem consumi-lo.
Alicia Windzio/AP
As doenças cardiovasculares estão entre as maiores causas de morte em Portugal. De acordo com dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2021, das 125.223 mortes, 32.453 foram atribuídas a doenças do aparelho circulatório, incluindo AVC. Tendo em conta estes valores e o que ocorreu em França, pode Portugal tomar medidas semelhantes?
Rui Nogueira, antigo presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), acredita que a medida não deverá ser adotada em Portugal. "São medicamentos para usar (durante) 2 ou 3 dias, em doses baixas", salienta. De acordo com o especialista, os verdadeiros problemas que contribuem para doenças cardiovasculares são a obesidade, o tabagismo e o alcoolismo. "É uma boa comparação, proíbem a venda da pseudoefedrina, e o tabaco não?"
Apesar de o Infarmed ter avisado para o consumo cauteloso deste tipo de medicamentos, Rui Nogueira aponta que a pseudoefedrina não é uma das principais causas para ataques cardíacos e AVC, daí ser "um risco desprezável" e que "não tem significado".
De um ponto de vista da promoção de saúde e de hábitos saudáveis, Lúcio Meneses de Almeida, presidente do Conselho Nacional da Promoção de Saúde e Sustentabilidade Ambiental, acha a medida francesa "sensata" uma vez que o consumo indevido destes medicamentos pode causar problemas de saúde acrescidos. "A toma de medicamentos inapropriada, sem orientação médica também conflitua com a saúde das populações", mas cabe "às autoridades competentes" tomar a decisão final, frisa à SÁBADO.
O especialista menciona ainda que existe um risco acrescido na população envelhecida que ingere mais medicamentos devido a outras doenças. "Temos uma população envelhecida, muito doente, consumidora de medicamentos", por isso, "faz sentido que a população seja informada sobre os riscos que advêm da toma de determinados medicamentos" que podem interagir e reagir de forma negativa aos medicamentos que já tomam diariamente.
Em Portugal, há atualmente dez medicamentos com pseudoefedrina em venda livre: Actifed, Actifed, Aspirina Complex, Aerinaze, Cegrinaso, Claridon, Dinaxil, Grinhals, Holsigrip e Sinutab II.
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