Especialistas temem o aumento do número de casos entre crianças e jovens.
Um grupo de especialistas nomeados por Robert Kennedy Jr, secretário da Saúde do Governo de Trump conhecido pelo seu ceticismo relativamente à vacinação, decidiu suspender a recomendação de vacinar todos recém-nascidos contra a hepatite B, o que contraria a posição de grande parte da comunidade médica.
Robert Kennedy Jr. é o secretário da Saúde no Governo de Donald TrumpGage Skidmore
De acordo com as novas normas, a primeira dose desta vacina deixa de ser recomendada de forma sistemática a todos os bebés cujas mães tenham um resultado negativo no teste a esta doença - conforme vigorava desde 1991 -, aplicando-se apenas às crianças cujas progenitoras testem positivo.
Cabe assim aos pais, juntamente com o médico, decidir se e quando o bebé realiza, depois, esta vacina. A primeira dose passa assim a estar recomendada apenas aos dois meses.
Associações médicas reagiram de imediato considerando a mudança injustificada e perigosa, uma vez que há falhas no rastreio das mães, além de os bebés poderem ser contaminados por outras pessoas próximas.
"A recomendação da vacina contra a hepatite B está muito bem estabelecida”, disse o Dr. Cody Meissner, que integrou o comité de especialistas, antes de votar contra. “Sabemos que é segura e muito eficaz. E, com as mudanças que estão a ser propostas, vamos ver mais crianças, adolescentes e adultos infetados com hepatite B."
A hepatite B é uma doença viral que afeta o fígado, podendo ser transmitida da mãe para o bebé durante o parto. A recomendação de vacinar todos os recém-nascidos, apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi adotada nos Estados Unidos em 1991 e praticamente eliminou os casos entre jovens.
Entidades médicas independentes, como a Academia Americana de Pediatria, recomendam fortemente que todos os bebés recebam a vacina no prazo de 24 horas após o nascimento.
Adiar a vacinação do nascimento para os dois meses poderia levar a pelo menos 1.400 infeções, 300 casos de cancro de fígado e 480 mortes por ano, de acordo com um estudo recente realizado nos Estados Unidos.
Já Donald Trump aplaudiu a medida na rede Truth Social. "Foi ótima decisão de acabar com a recomendação da vacina da hepatite B para bebés, a maioria deles sem risco de contrair a doença, que é maioritariamente transmitida sexualmente ou através de agulhas contaminadas", constatou Trump.
EUA deixam de recomendar vacina contra a hepatite B à nascença: médicos estão preocupados
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