Mais de um quarto dos pacientes sofre de tonturas, fadiga, stresse pós-traumático e depressão.
Uma equipa de investigação ligada ao governo dos Estados Unidos concluiu que não existem evidências significativas de lesão cerebral num grupo de funcionários federais querelataram ter "síndrome de Havana".
A equipa do Instituto Nacional de Saúde também não encontrou diferenças na maioria dos parâmetros clínicos entre um grupo de 86 funcionários e familiares que relataram incidentes de saúde invulgares e um grupo de controlo constituído por voluntários saudáveis.
A síndrome de Havana foi identificada em 2016 e desde então permaneceu sob algum mistério. Identificada pela primeira vez por funcionários da embaixada dos Estados Unidos na capital de Cuba, Havana, e mais tarde afetou diplomatas e espiões americanos destacados em todas as partes do mundo. Os doentes descrevem que ouvem ruídos seguidos por uma sensação de pressão na cabeça, enxaquecas, tonturas e lapsos de memória.
Mais de um quarto dos pacientes desenvolveram uma condição crónica chamada tontura postural-perceptual persistente aliada a um aumento significativo dos sintomas de fadiga, stresse pós-traumático e depressão.
SegundoLeighton Chan, principal autor do estudo, "estes indivíduos apresentam sintomas reais, angustiantes e muito difíceis de tratar".
Os participantes do estudo foram submetidos a vários exames clínicos, auditivos, de equilíbrio, visuais, neuropsicológicos e de sangue. Além disso, foram também feitas ressonâncias magnéticas para medir o volume, a estrutura e a função do cérebro.
Os investigadores consideram que é necessária a implementação de sistemas de vigilância em várias agências e departamentos governamentais dos Estados Unidos, capazes de detetar precocemente a síndrome. No entanto, Leighton Chan deixou também o aviso de que se esta abordagem não for bem planeada pode causar mais preocupação e sofrimento, afetando negativamente a vida das pessoas.
As descobertas agora apresentadas vão contra a um outro estudo feito pela Universidade da Pensilvânia e publicado em 2019 que descrevia algumas alterações cerebrais nas pessoas afetadas. Para Leighton Chan a diferença dos resultados pode ser justificada pelos protocolos de ressonância magnética mais rigorosos que foram utilizados pelo NIH Clinical Center, além disso referiu ainda que o estudo anterior não tinha sido capaz de descartar a possibilidade de um evento externo ter causado os sintomas nos pacientes.
Também David Relman, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Standford, alertou que os estudos anteriores incluíram a hipótese de que alguns casos poderiam ser explicados pela exposição à energia de radiofrequência.
Num relatório publicado em 2022 as agências de inteligência dos Estados Unidosconsideraram "muito provável" que um adversário estrangeiro fosse responsável pelos casos de síndrome de Havana. Ainda que passado pouco tempo as mesmas agências tenham retirado a acusação referindo que não foram encontradas evidências de que países adversários dos Estados Unidos tivessem uma arma ou qualquer outros dispositivo capaz de causar estes sintomas.
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