É um produto usado na desinfeção da água de consumo, daí ser possível encontrá-lo em doses baixas nos alimentos e na água. Mas uma ingestão elevada pode ser tóxica, alerta o Centro de Informação Antivenenos.
Na segunda-feira foramretiradas latas e garrafas de vidro de refrigerantesde vários países da Europa. A recolha em larga escala deveu-se ao facto de terem sido identificados níveis elevados de clorato nas bebidas. Em causa estão produtos que estão em circulação desde o final de novembro e que foram distribuídos na Bélgica, Países Baixos, Reino Unido, Alemanha, em França e no Luxemburgo.
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O problema foi detetado num controlo de rotina na unidade europeia de engarrafamento da Coca-Cola, na Bélgica. Abrange bebidas como a Coca-Cola, a Sprite, a Fanta ou Minute Maid. Portugal não foi afetado porque os produtos consumidos no país são produzidos internamente. "Esta foi uma ocorrência identificada e isolada, e como referido apenas afeta os países mencionados. Podemos confirmar que os produtos produzidos em Portugal não são afetados por esta situação", esclareceu a Coca-Cola Europacific Partners (CEPP), numa resposta enviada à agência Lusa.
Apesar da medida preventiva, e desconhecendo-se os níveis de clorato detetados, "será pouco provável o aparecimento de sintomatologia", diz à SÁBADO Fátima Rato, médica coordenadora do Centro de Informação Antivenenos. "Não é expectável que a ingestão de um ou dois refrigerantes represente perigo para a saúde", relativiza.
O clorato é um subproduto do cloro que é normalmente usado na desinfeção da água de consumo, daí que seja possível encontrar doses baixas da substância nalguns alimentos e na água. Contudo, e por se tratar de um produto tóxico, há limites máximos estabelecidos, esclarece a responsável.
O impacto na saúde depende da dose ingerida. Os sintomas podem ser tão inespecíficos como vómitos, diarreia ou dores abdominais – daí que se torne difícil uma relação causa-efeito –, mas "concentrações elevadas podem resultar em alterações gastrointestinais, renais ou a nível sanguíneo", alerta a especialista.
De acordo com a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), a exposição a longo prazo ao clorato na comida, sobretudo na água potável, pode ser um motivo de preocupação, sobretudo para as crianças - em especial aquelas que sofrem de deficiência de iodo ligeira a moderada. Contudo, é improvável que a ingestão total num único dia, mesmo nos níveis mais elevados estimados, possa constituir por si só um perigo. "Não é suscetível de exceder o nível de segurança recomendado para consumidores de todas as idades", esclareceu o organismo, num parecer de 2015.
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