Situação já está a ser investigada, mas a repetição dos testes de ADN pode custar cerca de mil dólares por pessoa.
Uma cientista, entretanto afastada, do laboratório criminal do Colorado, nos Estados Unidos, está a ser investigada por suspeita de manipulação e omissão de centenas de testes de ADN, há pelo menos 15 anos. Em comunicado, o gabinete de Investigação do Colorado acrescentou ainda que a situação levou à revisão de quase 30 anos de trabalho.
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Yvonne "Missy" Woods é acusada de ter adulterado os dados de 652 testes, e de ter publicado resultados incompletos entre 2008 e 2023, no entanto, numa declaração pública o Gabinete de Investigação do Colorado (CBI, na sigla em inglês) não especificou a natureza da manipulação de dados. Disse apenas que em causa estará a sua omissão e alteração.
"A análise não concluiu que Woods falsificou resultados de testes de ADN ou que fabricou perfis de ADN. Ao invés disso, ela desviou-se dos protocolos de teste padrão e cortou caminho, pondo em causa a fiabilidade dos testes que realizou", disse o gabinete de investigação. "De acordo com as políticas e procedimentos do CBI, Woods deveria ter efetuado testes adicionais para garantir a fiabilidade dos resultados nos casos afetados".
Como consequência, o Departamento de Segurança Pública do Colorado já solicitou ao governo quase 7,5 milhões de dólares (6,8 milhões de euros), para testar as amostras de ADN. Ao mesmo tempo, cerca de três mil pessoas terão de repetir o teste.
"Com base numa avaliação inicial, o CBI estima que cerca de três mil casos terão de ser submetidos a um novo teste de ADN, através de um laboratório creditado por terceiros", informou o Departamento de Segurança Pública. "O custo do novo teste está estimado em mil dólares por caso (quase mil euros), o que equivale a três milhões de dólares (2,75 milhões de euros)."
Ainda assim, à CNN internacional o advogado de Yvonne, Ryan Brackley, afirmou que as conclusões só corroboraram declarações anteriores da antiga cientista, que "nunca criou ou comunicou quaisquer correspondências falsas ou excluiu ADN incriminatório, nem testemunhou falsamente em qualquer audiência ou julgamento que resultasse numa falsa condenação ou prisão injusta". Ryan Brackley declara assim que Yvonne Woods tem sido uma "cientista forense leal e dedicada" e que formou "gerações" de procuradores e cientistas.
Yvonne, com uma carreira pública de 29 anos, foi colocada sob licença administrativa em outubro de 2023 – um mês depois de a agência de investigação ter tomado conhecimento de testes de ADN que "podem ter-se desviado dos procedimentos operacionais habituais". A 6 de novembro a ex-cientista reformou-se.
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