Gonorreia é uma das doenças onde o crescimento foi maior. Taxas de notificação aumentaram quase 200% entre 2021 e 2023.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento das infeções sexualmente transmissíveis entre jovens, particularmente a gonorreia, e defendeu que a educação sobre esta matéria em contexto escolar é crucial.
PreservativoDR
Num relatório divulgado esta sexta-feira, o ECDC (sigla em inglês) alerta para um aumento das taxas de gonorreia entre os jovens, em particular mulheres com idades entre 20 e 24 anos, onde as taxas de notificação aumentaram quase 200% entre 2021 e 2023, sinalizando uma "necessidade urgente" de respostas nacionais "robustas e inclusivas".
Os peritos da organização consideram ainda que a educação sobre o VIH e a sexualidade baseada em competências para a vida, em contextos escolares e de acordo com as normas internacionais, é crucial para capacitar os jovens a "assumirem o controlo e tomarem decisões informadas sobre a sua sexualidade e relações de forma livre e responsável".
No âmbito do sistema de monitorização do VIH da Declaração de Dublin do ECDC, são recolhidas informações sobre as políticas nacionais de educação que orientam a prestação de educação abrangente sobre o VIH e a sexualidade em contextos educativos.
De acordo com os últimos dados comunicados por 26 países da UE/EEE em 2023, ou o ano mais recente com dados disponíveis, tais políticas existem em contextos escolares do ensino básico em 15 países, em contextos escolares do ensino secundário em 19 países e em institutos de formação de professores em 13 países. Em todos estes casos Portugal está incluído.
Portugal não integra o grupo de países que reportou a existência de tais políticas em universidades.
O relatório sublinha que os preservativos, quando usados corretamente e de forma consistente, estão entre os métodos mais eficazes de prevenção primária contra as infeções sexualmente transmissíveis.
Diz que o Plano de Ação Regional Europeu da Organização Mundial da Saúde para acabar com a SIDA e as epidemias de hepatite viral e infeções sexualmente transmissíveis não tem uma meta específica para o uso de preservativos entre os indicadores destas infeções, no entanto, a meta provisória de cobertura de prevenção do VIH para 2025 visa que 90% das populações-chave tenham usado preservativo na última vez que tiveram relações sexuais com um cliente ou parceiro não regular.
Como os jovens não estão incluídos como população-chave no questionário de monitorização do VIH da Declaração de Dublin, foi solicitado aos países, no questionário de monitorização das infeções sexualmente transmissíveis, que fornecessem os dados disponíveis sobre a proporção de jovens (entre 15 e 24 anos) que relataram ter usado preservativo na última relação sexual nos últimos seis meses.
Entre os 12 países (Portugal incluído) com dados disponíveis, as estimativas variaram entre 13 % e 75 %, o que significa que "nenhum país atingiu a meta intermédia de cobertura de prevenção do VIH de 90 %", apontam os peritos do ECDC.
O número relativamente baixo de países que comunicaram dados sobre o indicador relativo à utilização de preservativos entre os jovens no questionário de monitorização das infeções sexualmente transmissíveis está em consonância com os dados disponíveis dos países da UE/EEE sobre a utilização de preservativos entre as populações-chave durante os últimos seis meses.
De acordo com os dados mais recentes disponíveis, em 2024 ou no ano mais recente, as estimativas variaram entre 25 % e 75 % entre os homossexuais, bissexuais e outros homens que têm sexo com homens (cinco países), 10 % e 34 % entre as pessoas que injetam drogas (oito países), 11-55% entre migrantes (dois países), 55-100% entre profissionais do sexo (seis países) e 62-85% entre pessoas trans (quatro países). Portugal surge entre todos estes grupos.
Além disso, os profissionais do sexo foram a única população-chave que supostamente excedeu a meta de uso de preservativos para 2025.
Em 2024, o ECDC realizou um mapeamento de inquéritos sobre comportamento sexual, em resposta ao aumento destas infeções entre os jovens após a pandemia da covid-19 e centrou-se na identificação de inquéritos representativos sobre comportamento sexual entre a população em geral, realizados na UE/EEE durante o período 2019-2024.
A este respeito, o ECDC destaca a disponibilidade limitada de dados sobre comportamento sexual, em particular ao longo do tempo. Além disso - refere -, as diferenças nas abordagens metodológicas, na formulação dos indicadores e no uso de termos subjetivos e/ou desatualizados para o comportamento sexual, particularmente no que diz respeito aos tipos de parceiros, "tornam difícil fazer comparações entre essas pesquisas".
Por isso, chama a atenção para a necessidade de atualizar e definir melhor a terminologia padrão para capturar o comportamento sexual nas pesquisas, a fim de facilitar as comparações dos principais indicadores.
Aumentam as infeções sexualmente transmissíveis entre jovens
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.
A desinformação não é apenas um fenómeno “externo”: a nossa própria memória também é vulnerável, sujeita a distorções, esquecimentos, invenções de detalhes e reconstruções do passado.