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Adolescentes europeus estão a usar menos o preservativo

Um estudo europeu revela que os jovens estão a iniciar a vida sexual mais tarde e também bebem e fumam menos

Cerca de 24 por cento dos rapazes europeus e 17 por cento das raparigas com 15 anos admitiram serem já sexualmente activos, uma percentagem menor do que a verificada no último relatório, realizado pela OMS há quatro anos, e que apontava para 29 por cento e 23 por cento para rapazes e raparigas, respectivamente.

No entanto, a percentagem de jovens que usam preservativo diminui de 78 para 65 por cento.

"É uma área que estamos a tentar abordar com os países na Europa e (...) pediremos aos 53 estados membros que considerem formas de melhorar o acesso aos contraceptivos, mesmo entre adolescentes", disse Gauden Galea, director da divisão de doenças não comunicáveis e promoção da Saúde do escritório da OMS para a Europa, à Lusa.

"É importante que os jovens tenham um entendimento dos riscos, tanto em termos do impacto da gravidez nas suas vidas futuras (...) como num aumento do VIH e de outras doenças sexualmente transmitidas", disse a responsável.

Galea defendeu que "é preciso fazer mais" e explicou que a abordagem passa por "educação sexual positiva e proactiva", mas também por permitir que os jovens tenham acesso aos "instrumentos que lhes permitam proteger-se e às competências para exigi-lo aos seus companheiros".

Em compensação, os jovens europeus estão a beber e a fumar menos. Segundo o inquéritoHealth Behaviour in School-aged Children, realizado a 220 mil adolescentes, a proporção de jovens de 15 anos que fumaram o seu primeiro cigarro antes dos 13 anos desceu de 24 para 17 por cento, enquanto a percentagem de adolescentes que dizem fumar pelo menos uma vez por semana diminuiu de 18 para 12 por cento.

Também no consumo de álcool, o relatório detectou "declínios consideráveis" face ao último relatório, com a percentagem de jovens de 15 anos que dizem consumir álcool semanalmente a cair de 21 para 13 por cento e a proporção de adolescentes que diz ter ficado bêbedo pelo menos duas vezes a cair de 32 para 22 por cento.

"Este relatório tem uma série de muito boas notícias. A redução do álcool e do tabaco significa que as políticas que os países têm estado a implementar estão a tocar nos riscos do tabaco e do álcool nos jovens. Mas os países precisam de se manter vigilantes com as raparigas, mais do que com os rapazes", disse à Lusa Gauden Galea.