Desativado durante a pandemia, voltou a estar online para monitorizar as infeções respiratórias em Portugal. E pede a ajuda da população.
Como está de sintomas respiratórios? A plataforma eletrónica Gripenet voltou a estar disponível, desde a passada sexta-feira, para fazer um mapa mais real das infeções respiratórias dos residentes em Portugal, numa altura em que uma nova variante da gripe se espalha pela Europa.
Alicia Windzio/AP
Estar infetado com gripe ou covid-19 nem sempre pede cuidados médicos. Muitas vezes, os sintomas são ligeiros, o que é uma boa notícia, mas acaba por dificultar uma monitorização epidemiológica mais abrangente, e em tempo real, da circulação na comunidade de tipo de agentes infeciosos. Ora, a plataforma eletrónica Gripenet permite a identificação desses casos não identificados pelos mecanismos tradicionais, uma vez que opera à base da inscrição de voluntários, residentes em Portugal, que respondem a pequenos questionários semanais, para comunicar se têm, ou não, sintomas respiratórios. Assim, é possível manter uma vigilância mais ativa das infeções respiratórias em Portugal.
"A grande vantagem do Gripenet é que complementa os sistemas tradicionais de vigilância em saúde" ao incluir casos ligeiros de infeções respiratórias, como gripe e covid-19, de pessoas que não recorre, explicou à agência Lusa a investigadora Verónica Gomez, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). A plataforma permite ainda, por exemplo, estudar fatores associados à toma de vacinas ou à procura de cuidados de saúde. Por exemplo, dados recolhidos pelo Gripenet entre 2011 e 2017 indicam que cerca de 70% das pessoas com sintomas gripais ou sinal de infeção respiratória não recorrem aos serviços de saúde.
O Gripenet é uma ideia com mais de duas décadas. Foi criado em 2004 pelo Instituto Gulbenkian Ciência (IGC), que durante a pandemia da gripe de 2009 foi distinguido pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA) como exemplo de boas práticas. Em 2015, foi transferido para o INSA e foi agora reativado, após um período de pausa que começou em 2020, "onde todos os esforços em termos de recursos humanos e outros tiveram de ser alocados para o combate à pandemia, nomeadamente no INSA", recordou a investigadora à Lusa. Mas a paragem acabou por ditar a reformulação total da plataforma, agora adaptada a mais infeções respiratórias além da gripe.
Como funciona?
Os interessados em ajudar a monitorizar os sintomas da comunidade só precisam de aceder à plataforma, disponível aqui, e fazer a inscrição. Depois, todas as semanas recebem um questionário. E das duas uma: se existirem sintomas, perdem cerca de três minutos a responder; se não existirem, bastam 30 segundos. De sublinhar que as respostas são anónimas e os investigadores não têm acesso aos dados dos voluntários, aqui identificados através de um código. Qualquer pessoa residente em Portugal com mais de 18 anos pode participar e “os pais ou tutores legais podem preencher questionários em relação aos seus filhos menores".
O que vão fazer com respostas?
É importante perceber que a plataforma Gripenet não é um oásis da investigação: foi desenvolvida em colaboração com a rede europeia Influenzanet, gerida por universidades e instituições de saúde pública, estando ativa em mais de dez países da Europa. Por isso mesmo, os dados recolhidos através dos questionários servirão o desenvolvimento de investigação científica e análises estatísticas em Portugal e também na Europa.
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