Sábado – Pense por si

Este país não é para grávidas

Lucília Galha
Lucília Galha 22 de julho de 2025 às 23:01

Urgências fechadas, gravidezes de risco sem vigilância, quem consegue pagar faz ecografia – quem não pode, é abandonada à sua sorte. Um raio-X da Obstetrícia em Portugal.

A urgência de Obstetrícia era no 2º andar do edifício. O primeiro embate foi a minúscula sala de espera, com pouco mais de 10 ou 15 m2, e grávidas espalhadas pelas escadas e pelo chão. Foi chamada rapidamente para a triagem: ouviu o coração do bebé. “Está mais demorado para ser vista pela médica”, avisou a enfermeira. A indicação era para se deitar, mas não havia sítio – ainda lhe sugeriram o chão, mas preferiu voltar às cadeiras da sala de espera. Naquele sábado, Ana Mateus, 34 anos, acordara a perder sangue e essa tinha sido a razão da sua ida às urgências. Enquanto esperava que a médica a chamasse foi duas vezes à casa de banho; da segunda já estava a perder coágulos, maldisposta e com dores de barriga.

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