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Sonda chinesa volta à Terra com rochas do lado secreto da Lua

Beatriz Rainha com Leonor Riso 25 de junho de 2024 às 18:42

Dois meses depois, a Chang'e-6 pode dar respostas sobre a formação dos planetas e a origem do satélite terrestre.

A sonda lunar chinesa Chang'e-6 regressou à Terra esta terça-feira, 25, após uma missão de dois meses no lado inexplorado da Lua. O aparelho aterrou no deserto da Mongólia.

As amostras que recolheu podem desvendar questões fundamentais sobre a formação dos planetas, adianta o canal britânico BBC, o que causa entusiasmo entre os cientistas.

A China é o único país a ter conseguido fazer aterrar uma sonda no lado mais longínquo da Lua: já o tinha logrado em 2019. Esta zona da Lua é muito difícil de alcançar não só devido à distância, mas também pelo terreno repleto de crateras gigantes e poucas superfícies planas.

Agora, as amostras que serão enviadas para Pequim deverão conter vestígios de gelo, que pode ser usado para obter água, oxigénio e hidrogénio.

A sonda descolou de um centro especial no início de maio e aterrou com sucesso numa cratera perto do polo sul da Lua. A missão teve a duração de 53 dias. 

O presidente chinês Xi Jinping felicitou os responsáveis pelo centro de comando da missão. Espera que os cientistas possam continuar a explorar o espaço profundo e "alcançar novos patamares na descoberta dos mistérios do Universo, para beneficiar a Humanidade e fazer avançar a nação."

Esta é a sexta missão da China à lua e a segunda ao seu lado mais distante. O nome Chang'e-6 dado à sonda foi inspirado por uma deusa lunar da mitologia chinesa, de nome Chang.

A sonda recorreu a um berbequim e a um braço robótico para recolher solo e rochas, tirou algumas fotografias à superfície e colocou uma bandeira chinesa no terreno

Pequim investiu enormes recursos no seu programa espacial durante a última década, num esforço para alcançar os EUA e a Rússia. Tem como objetivo enviar uma missão tripulada à Lua até 2030 e planeia construir uma base no polo sul lunar.

Em declarações à BBC, Catherine Heymans, a astrónoma real da Escócia, espera que as amostras ajudem a testar as teorias sobre a formação da Lua há 4,5 mil milhões de anos para esclarecer se o satélite resultou de uma colisão com uma versão muito antiga da Terra. Espera também que as amostras ajudem os investigadores a compreender a composição do centro da Lua.

"Será que é muito semelhante à da Terra? Poderá isso confirmar a nossa teoria de que a Terra e a Lua já foram a mesma coisa?", questiona.

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